Eis o tempo em que o pescador precisava de um rancho no jundu! |
O meu primo Claudio, um caiçara do jundu da Praia
da Fortaleza, criado na Praia do Saco da Ribeira, mas que está na capital
carioca desde 1981, após ter lido o texto anterior (Terra, pó e miséria), deu a
sua contribuição, via e-mail, a respeito da exploração dos mais pobres.
A Praia do Saco da Ribeira ,
conforme eu já descrevi noutra ocasião, era um paraíso de siris e tainhas. Ali
nasceu a marcenaria naval com a colônia japonesa. Também dali temos a
referência de Armazém São João, cujo dono –João Glorioso – era um empreendedor
da pesca. O Claudio poderia escrever um livro em relação às injustiças que
estão na base do complexo turístico marítimo que cobriu aquela praia, onde
jogávamos futebol nos finais de semana (quando a maré permitia).
Infelizmente essa não é só a realidade do
caiçara, mas da maioria dos brasileiros desassistidos principalmente do básico
(sério), educação, saúde, segurança, cultura. Junte-se a isto a falta de uma
liderança responsável na comunidade, a avalanche descomunal da cultura enlatada
na mídia em geral, a lavagem cerebral levando ao consumismo desenfreado, e
vamos ter muitos mais exemplos, como o do Sr. Guilherme, pescador, que não pode
construir um rancho na Praia do Saco da Ribeira para abrigar sua canoa, pois a
Marinha não permitia, chegando a derrubar o rancho, mas para surpresa de
muitos, não demorou para que toda a orla do Saco da Ribeira se transformasse em
um gigantesco Iate Clube de ponta a ponta da praia. Então, Zé, nós vivemos e
vamos continuar vivendo na era do Tubarão engolindo a Sardinha; como sempre a
lei do mais forte prevalece, mesmo que moralmente eles sejam uns fracotes.
Grande abraço!!!!
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