Adoro a beleza simples da flor! Por que complicar a vida? (Arquivo JRS) |
Sofrer preconceitos não é bom! Deixo que o Diegues fale por mim:
"Os caiçaras sofreram uma série de preconceitos urbanos que atingiram e atingem também outras culturas tradicionais brasileiras, provavelmente por apresentar baixos níveis de acumulação de capital e consumo urbano-industrial e depender, em suas atividades de subsistência, dos ciclos naturais".
Hoje, da nossa maneira,seguimos a tradição (entendida não como algo imutável, mas como um processo histórico pelo qual elementos da chamada cultura moderna são continuamente reinterpretados e incorporados ao modo de vida). Por isso, até a família é motivo de reflexão.
A
família, de acordo com a Sociologia, é um grupo social primário, ou seja, onde
seus membros estão numa exposição constante entre si, sendo os seus objetivos
sexuais, reprodutivos, econômicos e educacionais. Mesmo que se questione isto,
cada família segue regras e procedimentos padronizados pela sociedade.
Por isso que também é uma instituição social. Quer dizer que a família tem a
sua função na garantia da coesão social.
A
constituição familiar varia de acordo com a política cultural, mas continua
sendo família. Ela pode ser monogâmica, poligâmica, poliândrica, nuclear,
extensa, disciplinada, devotada, homossexual etc. O que se constata em todos os
modelos: a necessidade de voltar-se para si mesmas como forma de proteção em um
mundo cada vez mais competitivo. Por isso digo:
Miseráveis daqueles que, por determinada
moral, não reconhecem que modelos “X, Y e Z de famílias” são famílias e geram
estabilidade social. Isto é importante: gerar estabilidade social! De
que adianta só ser classificada como família, mas desprezar e maltratar quem
oficialmente está como cônjuge? E o que dizer dos que geraram filhos, mas nem se
esforçam para notá-los sob o mesmo telhado? De que adianta ter a classificação
de família e estar gerando bandidos, graças às incoerências e violências? Dirão alguns: “Ora, mas diante da lei são
marido e mulher!”.
Cada
cultura foi definindo o seu modelo de família. Hoje, com a globalização,
resta-nos compreender aquelas que destoam da nossa, mas que permitem as
revisões de nossos conceitos. O meu modelo familiar vai se perpetuar conforme a
minha vivência coerente, o meu amor por ela. E o inverso também é a mais pura verdade
(as pesquisas mostram o aumento no número de separações)! Portanto, não posso desmerecer as outras
variações para mostrar o valores da minha família. No meu entendimento, mesmo distante do modelo
devotado (tradicionalíssimo), as famílias da atualidade se formam pela
necessidade de carinho e segurança. Isto é que é mais importante!
Deixa
eu contar um exemplo contemporâneo, acontecido bem perto de nós:
Fulano
e Sicrano, homossexuais desde o tempo em que eu os conheci no ginásio (Escola Capitão Deolindo - Ubatuba), após a maioridade
resolveram morar juntos. Em quinze anos foram felizes, compraram uma casa e
outros bens. Lógico que as famílias não aceitava a situação estável dos dois! Porém, um deles morreu. Era
justamente aquele em cujo nome estava registrada a casa. O que fizeram seus
pais e irmãos? Tomaram a casa do outro porque não havia uma lei que os
reconhecessem como parceiros, como uma família. O coitado teve de recomeçar do zero, vendo
aqueles que os detratavam desfrutarem dos frutos de seus sacrifícios. Tudo
porque faltava uma lei que legalizasse tal procedimento cultural que existe
desde os primórdios.
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