domingo, 19 de maio de 2013

MARAVILHAS DO TIO CHICO – II

Gosto das pedras. Esta, por exemplo, faz-me pensar do nosso passado vulcânico (Arquivo JRS)


                Na rua Coronel Domiciano, não muito longe da mercearia dos irmãos Renato e Luiz, morava o “Biscoito”. Era na casa dele, pela janela e porta escancaradas, que nós assistíamos um pouco de televisão enquanto éramos obrigados a esperar o ônibus. Os filmes de Tarzan e Terra de gigantes eram os nossos preferidos.  Para enganar a fome, roía-se pães comprados na padaria do Maciel.        Naquele tempo, quando a Praça 13 de maio era toda plana, boa para jogar bola, eu morava no Perequê-mirim, onde fiz os estudos primários. Somente na escola Capitão Deolindo tinha a possibilidade de continuação dos estudos (da quinta série em diante).

                Biscoito, o bondoso homem, trabalhava passando roupas. Não sei se tinha outra ocupação. É nesse ambiente que narra o “Tio Chico”:

                Alguém: - Onde vai o compadre Biscoito levando esse terno engomado?
                Biscoito: - Estou levando para o Augusto, o filho do Cristino da Pedreira. Vai se casar hoje.
                     Alguém: - Mas o Augusto só anda descalço!
                   Biscoito: - Então tá certo, não tem problema algum. O terno ele veste!

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