Bem-te-vi na refeição costumeira no meu quintal (A|rquivo JRS) |
Jocimar,
o caiçara do Morro da Pedreira, carinhosamente chamado de “Tio Chico”, sempre tem
uma prosa boa. Vale a pena, de vez em quando, relembrar das suas histórias:
“Naquele
mesmo dia (da aranha caranguejeira que não coube na tela do celular), um pouco
mais adiante, depois de passar o sapezal, já na Trilha do Pesqueiro, quase no Saco da Mãe Maria, vendo um
rapaz correndo com dois pés-de pato na mão pensei assim: ‘Vou dar um susto
nesse danado’. Dito e feito! Quando ele passou pela figueira caída, eu dei um grito.
Ele, se gritou, eu nem escutei. É que no meu ouvido estava o eco do meu grito.
Só sei que o coitado deu um pulo, calçou os pés-de-pato e saiu tropicando numa
velocidade medonha”.
Depois,
já emendando histórias, falou do avô:
“O
vovô Cristino, tocador de viola na Folia de Reis, bem cedo, depois de uma roupa
riscada e um chapéu de palha brilhante, pegava a viola e pedia para a minha
avó: ‘Sinhá, ó sinhá, põe mais água no feijão. Vou sair com a viola, mas volto
com o povão’. Era assim o meu avô Cristino Pedro de Oliveira. Você teria
gostado de conhecer o velho caiçara. Por aqui tudo era nossa roça”.
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