Teve um tempo em que os jovens ubatubanos não eram convocados para o serviço militar. A justificativa, diziam, “é que somos reservas da Marinha do Brasil,”. Tem lógica! Afinal, morávamos na beira do mar; entendíamos muito bem disso em comparação aos pirangueiros e paulistanos. Porém, a minha turma foi convocada. Surpresa! Quem nos deu a inesperada notícia foi o saudoso Paulinho Andrade.
E toma exames! Teve um que eu nem sabia que existia: o de Abreugrafia (tem até um dia no calendário – 4 de janeiro). Ele só era feito em Taubaté, há 100 quilômetros, depois da serra. E lá fomos nós serra acima.
Lembro-me muito bem daquele dia em que eu e primo Cláudio embarcamos no expresso, enfrentamos uma cerração desde o Horto Florestal até depois de São Luiz do Paraitinga. Foi quando consideramos o motorista da empresa um ser fantástico. Precisava ver o talento nas curvas das perigosas ribanceiras! Depois, da rodoviária velha de Taubaté, começamos a andar na busca do lugar do tal exame. A gente não queria comer nada para não desinteirar o dinheiro (era pouco e não tínhamos ideia de quanto custaria o Exame de Abreugrafia).
Chegamos ao local meio que assustados, fizemos o que tinha de ser feito, esperamos os resultados. O meu estava ótimo. Já o do Cláudio revelou alguma névoa nos pulmões. Na hora eu brinquei: “Não é nada não. Nem precisa se preocupar. É ainda um resto de cerração da estrada”.
Após isso, reservamos o dinheiro da passagem de volta e, os miúdos que restaram serviram para meter a cara nas coxinhas (daquelas que tinham um osso para segurar) e tomar tubaínas. Que delícia!
E o misterioso exame? Ah! Por que não disseram antes que se tratava de um raio X dos pulmões?
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