Tudo é interdependente: não importa que sejam minúsculos cogumelos ou frondosas árvores. (Arquivo Henrique) |
Não
muito antigamente se dizia que “sete é conta de mentiroso”. Partindo deste
dizer e inspirado em reminiscências eu escrevi um outro texto denominado Éramos sete, cuja intenção foi
acrescentar a minha contribuição aos outros protestos contra o ato da
prefeitura, há alguns anos - mas do
atual gestor (Eduardo César) – quando foram arrancados os pés de cravos-da-Índia
da rua da Cascata, no bairro do Ipiranguinha, defronte à nova escola municipal Mário
Covas. No lugar das plantas de mais de quarenta anos, fizeram uma moderna
calçada, com guias para estacionamento.
Com
tal descabido ato, foi instaurada uma incoerência medonha, conforme o desabafo
de um pai de aluno desse bairro tão populoso: “Como ensinar a importância da
preservação e da recuperação ambiental em uma escola que começa com esse
histórico?”.
A
verdade é que, naquele dia, foram arrancadas mais de sete árvores que estavam
ali há décadas, desde quando o empreendedor Moravek apostou numa fábrica de
doces no terreno. Essa tal verdade ainda está para completar. Ainda bem!!!
Alguns dias depois, debaixo de uma garoa fria,
encontrei um operário debruçado sobre a linda calçada com marreta e talhadeira.
O que me disse foi aproximadamente isto: “Não entendo esse pessoal que manda
fazer e desfazer! Só sei que tenho de fazer esses buracos hoje, pois na
segunda-feira a prefeitura vem plantar outras árvores aqui. Espero que a chuva
não me atrapalhe”.
Muito
bem! Só que a intenção do texto não é redimir a prefeitura dos descasos, da
falta de bom senso. O que eu pretendo é ressaltar o poder mobilizador em tempo
que, dizem muitos: “Isso é bobagem, coisa de quem não tem o que fazer”. Foram
as denúncias, as fotos publicadas no jornal A Semana
e os comentários que se multiplicaram que forçou a reação da administração
pública. Porém, tenho a certeza que nunca mais teremos a belas sombras e as
cheirosas folhas das árvores descendentes daquelas trazidas das distantes
terras das Índias pelos navegadores portugueses.
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