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Akamaru na casa - Arquivo nosso |
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Foto: Maria Eugênia |
Akamaru foi o nome que Maria e Estevan
deram ao pequeno cachorro que fomos
buscar na casa da Madalena, na Pedreira Baixa. Era uma bolinha preta
encrespada com trinta dias de vida. De início ficava na varanda, fazendo a
festa pra lá e pra cá, depois ganhou casinha no quintal: todo o espaço era
dele. Disputava as jabuticabas com os passarinhos, se escondia no quarto de
ferramentas, virava mudas de plantas porque era estabanado e curioso. Latia em
tudo, fazia buracos, pulava em todo mundo que se aproximava. Adorava visitas!
Akamaru envelheceu, estava para completar
dezesseis anos. Segundo o rapaz da loja de medicamentos, essa idade equivaleria
a cento e doze dos nossos. Portanto, a nossa companhia, o nosso fiel amigo era
um ancião. Fazia tempo que já não enxergava, mas nunca esqueceu de ser
carinhoso, de fazer festa com a gente. Tinha aquela tosse que os mais antigos
chamavam de “tosse de cachorro velho”. De uns dias para cá a tosse estava lhe
castigando, mas a veterinária não notou nada de anormal nos exames. Receitou
uns remédios que nem tiveram tempo de fazer efeito.
Ontem, no meio daquela crise
toda, Akamaru saiu pelo quintal sempre acompanhado pela Maria Eugênia. Até na
parte da frente, onde eu fazia uns trabalhos de mosaico, ele apareceu bem fraco
das pernas. Naquele momento eu pensei: “Está se despedindo do quintal o nosso
querido cachorro”. De fato, na hora do remédio, um pouco antes das 18 horas,
findou o sofrimento dele. Aquela respiração sofrida deixou de acontecer. Nós
choramos.
Hoje o dia amanheceu faltando alguém que
tinha o costume de chamar no portal da varanda, de estar dizendo que queria
alguma coisa. Agora me lembrei que ele era o primeiro a dar sinal que eu estava
chegando do trabalho tarde da noite. Nós continuaremos a sentir falta da
presença dele, da fidelidade dele, da festa que fazia a de cada momento que
íamos ao quintal. Akamaru foi embora, mas deixou as boas lembranças para a
nossa família.
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Foto: Maria Eugênia |
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