Roberto , bisneto do Velho Henrique e da Judith, da praia da Enseada, expressa que é da nossa natureza ter a Natureza em nós. Beleza, amigo!
Dentro de nós mesmos
Não estamos
Nem sequer permanecemos
Sem entender que
A vida é como uma ressaca
De estranhos acontecimentos de uma manhã tão cinza
E fria
Como o concreto
Mas sem a sua dureza
Ou forma fixa
A chuva fina que cai no começo da primavera
É o peso que enverga os galhos do Ingá
E amolece a terra
Onde a Sabiá caça despercebida
A terra molhada é a vida explodindo.
Pelos cantos crescem ervas daninhas
Mais verdes do que a baía do Flamengo
Ou o manto da Saíra.
Uma manhã de Sudoeste
É a vida te lembrando
Que ela é líquida
Escorre em cada fio d’água
E mesmo que isso lhe tome tempo
Infiltra
E enche as gamboas
E transbordam os rios
Que redefinem suas margens
Em si mesmados corpos d’água
Ainda te servem. Frágeis memórias
De que os rios que correm para o mar
São os mesmos que correm em suas veias
E que a violência do mar grosso
Invadindo o Lagamar
É o alimento específico da areia
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