Obras de Antonio Gomide (Arquivo Roberto Zsoldos) |
O
artista modernista, na segunda metade do século passado escolheu Ubatuba para
se inspirar, produzir seus últimos trabalhos e viver seus últimos dias.
De
acordo com a pesquisadora Lisbeth Rebollo Gonçalves, “o modernismo, como
movimento de modernização da sociedade, é essencialmente urbano e reflete a
consciência histórica dos novos tempos: as tecnologias inventadas pelo homem
laicizam as dimensões da arte”. Era o começo do século XX.
“Para
o Brasil, no campo das artes, o acesso a essas linguagens [expressionismo,
fauvismo, dadaísmo...] significa o compasso desejado para a contemporaneidade,
espelha a vontade de modernização social, a sua esperança; provoca a metamorfose
do gosto e, neste quadro mundial, a necessária reinterpretação da cultura
brasileira. (...) A história da nossa arte se constrói, em parte, com uma ação
organizada de grupos intelectuais e, de outro lado, com a participação de
personalidades independentes, cuja produção artística abarca o presente,
fundamentando o futuro". Antonio Gomide pertence a esta geração [da Semana de
Arte Moderna – 1922].
Antonio
Gonçalves Gomide nasceu em Itapetininga (SP), em 1895. Provavelmente, o
encontro com a cultura caiçara, com as belezas inspiradoras de Ubatuba, ocorreu
entre 1934 e 1937, enquanto viajava pelo interior do estado de São Paulo,
colaborando com o levantamento das igrejas do século XVII para o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Esse importante
artista, depois de ter vivido na Suiça e em Paris, em 1964 muda-se para Ubatuba.
Dois anos depois fica cego. No dia 31 de agosto de 1967 faleceu em nossa cidade,
bem perto do mar e de tudo que tanto amou nos últimos anos.
Não seria interessante a nossa cidade (Ubatuba) homenagear Antonio Gomide no cinquentenário de sua morte, promovendo
algum evento para que mais gente venha apreciar seus trabalhos e sentir orgulho
por estar no ambiente que o acolheu em sua última fase da vida?
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