sexta-feira, 24 de novembro de 2017

ANTONIO GOMIDE


Obras de Antonio Gomide (Arquivo Roberto Zsoldos)

            O artista modernista, na segunda metade do século passado escolheu Ubatuba para se inspirar, produzir seus últimos trabalhos e viver seus últimos dias.
            De acordo com a pesquisadora Lisbeth Rebollo Gonçalves, “o modernismo, como movimento de modernização da sociedade, é essencialmente urbano e reflete a consciência histórica dos novos tempos: as tecnologias inventadas pelo homem laicizam as dimensões da arte”. Era o começo do século XX.
            “Para o Brasil, no campo das artes, o acesso a essas linguagens [expressionismo, fauvismo, dadaísmo...] significa o compasso desejado para a contemporaneidade, espelha a vontade de modernização social, a sua esperança; provoca a metamorfose do gosto e, neste quadro mundial, a necessária reinterpretação da cultura brasileira. (...) A história da nossa arte se constrói, em parte, com uma ação organizada de grupos intelectuais e, de outro lado, com a participação de personalidades independentes, cuja produção artística abarca o presente, fundamentando o futuro". Antonio Gomide pertence a esta geração [da Semana de Arte Moderna – 1922].

            Antonio Gonçalves Gomide nasceu em Itapetininga (SP), em 1895. Provavelmente, o encontro com a cultura caiçara, com as belezas inspiradoras de Ubatuba, ocorreu entre 1934 e 1937, enquanto viajava pelo interior do estado de São Paulo, colaborando com o levantamento das igrejas do século XVII para o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Esse importante artista, depois de ter vivido na Suiça e em Paris, em 1964 muda-se para Ubatuba. Dois anos depois fica cego. No dia 31 de agosto de 1967 faleceu em nossa cidade, bem perto do mar e de tudo que tanto amou nos últimos anos.


            Não seria interessante a nossa cidade (Ubatuba) homenagear Antonio Gomide no cinquentenário de sua morte, promovendo algum evento para que mais gente venha apreciar seus trabalhos e sentir orgulho por estar no ambiente que o acolheu em sua última fase da vida?

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