Pescaria na Enseada (Arquivo Peter Németh) |
O bisavô do
Zezinho Rozeno, como bom caiçara, era trabalhador da roça, mas pescava muito,
sobretudo na costeira. As garoupas sempre foram as preferidas desse povo. “Não
faltava escaldado em nenhum dia!”.
Numa tarde,
logo depois do almoço, pegou um bonito já apodrecido, a sua vara de pesca preferida
e se dirigiu para a Ponta do Bonete. Porém, aquela tarde não prometia nada. O
serão já chegava. Nenhuma fisgada; nem de comidio. Por fim, depois de amassar a
cabeça do bonito com uma pedra, amarrou-a bem no anzol e lançou no pesqueiro de
sempre. Era a última tentativa; tinha acabado a isca.
Percebendo uma
pegada de leve, o Velho Rozeno deu um safanão na vara, caindo o anzol numa
moita de caraguatá no embiruçu que ficava logo acima, no morro. Sentindo o peso
da linha, fez força e o anzol com algo grudado caiu novamente na água. Aí uma
garoupa das grandes abocanhou a trouxa de isca. “Fez das tripas ao coração”
para tirar aquele peixe da água. Devia ter quase trinta quilos.
Ao chegar em sua
casa, a mulher ficou toda contente e foi logo para o rio consertar o peixe.
Ainda dava tempo de preparar para o jantar. E aí veio a surpresa: ao abrir a
garoupa encontrou uma raposa. Em seguida, ao cortar a barriga da raposa,
encontrou um imenso guaiá.
Em tempo: o velho Zacarias da Ponta dizia assim: "Essa gente dos Rozeno é descendente de francês. Os mais velhos diziam que o primeiro Rosand foi deixado pelo pirata Bonett. Só não dei dizer se também era pirata".
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