Que tal aspirar um aroma fantástico na Barra do Acarau? |
Não
consigo omitir a responsabilidade dos poderes constituídos na quase totalidade
das tragédias. Podemos começar do nosso quintal (Ubatuba) e avançar pelos
rincões afora.
Como
assim? Explico, lógico que explico!
Até
1980 lembro-me muito bem da seriedade em muitas coisas. Só para pegar um
primeiro exemplo, estando concluindo a obra da nossa casa, “uma planta popular”,
no bairro da Estufa II, após fazermos a fossa, disse ao meu pai que a tampa de
concreto estava devidamente seca e já poderia ser colocada no lugar permanente
dela. Ele respondeu que ainda não; era preciso esperar alguém
da prefeitura, o responsável pela fiscalização de fossas. Não demorou
muito para aparecer o finado João Bordini a olhar tudo, fazer algumas perguntas
e liberar a conclusão: “Pode chumbar a tampa”.
Pouco
tempo depois, novamente sobre um começo de valetas para um alicerce, lá veio um
homem segurando uma maleta preta. Era o João Batista, da Pedra Branca, na Praia
da Enseada. Como fiscal de obras da
prefeitura foi logo perguntando a respeito da placa do engenheiro responsável
pelo projeto. Ao lhe dizer que ela estava ainda no barraco, junto das
ferramentas e cimento, foi incisivo na colocação imediata num local bem
visível. E esperou que eu pregasse, na parede do barraco, a identificação
deixada pela engenheira Patrícia Patural.
Agora,
ao passar por obras descaradamente sendo feitas sem nenhuma identificação,
posso deduzir que os administradores e legisladores contemporâneos nem imaginam
que existiu a função do saudoso João Bordini. Assim, esgotos seguem diretos aos
córregos e rios, sujam as nossas praias, com a Cetesb e a Sabesp fazendo “vista
grossa” aos abusos contra o nosso meio ambiente, produzindo propagandas de
coisas bem distantes, de Onda Limpa,
etc; Casas surgem em qualquer lugar, sem respeitar nenhum solo ou regras de
civilidade. A propósito: você sabe que as várias dezenas de casas localizadas
acima da captação de água, no “Pé-da-Serra”, não têm rede de esgoto nem em
sonho?
Depois... após acontecer as tragédias... aqui
e por tantos outros lugares... ninguém mostra os verdadeiros culpados, aqueles
que se omitem em seus deveres porque está “ganhando um agrado” ou já está de
olho nas próximas eleições. Ou ainda: está devendo “ um favor” pelo cargo
devidamente mantido pelo suor dos trabalhadores. Entendi melhor isso depois que
encontrei um ex-fiscal sanitário sendo proprietário de uma quadra inteira num
loteamento periférico. Era um “honrado cidadão” que, a cada “vistoria rigorosa”,
deixava os estabelecimentos carregado de “presentes” (peças inteiras de
presunto e queijo, pacotes de cigarros, bebidas finas etc.). Será que isso
ainda continua assim?
As tragédias
continuarão acontecendo. Depois não me digam que “precisamos de luz forte e não
de simples vaga-lume”, de muitas e árduas investigações para podermos enxergar
os responsáveis dessas tragédias! O pior: é nosso dinheiro que está patrocinando
eles!
Parabéns pelo texto, sobre um assunto tão urgente!!! Abs. de uma paulistana de nascimento, mas caiçara de coração...
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