Barcos de pesca no Saco da Ribeira |
A
Praia Brava da Fortaleza, até a metade do século XX, pertencia à família Cruz,
sendo os irmãos Lodônio, Siledônio e
Sebastião os mais velhos que cheguei a
conhecer. Depois foi comprada por um ricaço chamado pelo pessoal do lugar de Crausmirim. Hoje não sei dizer "em que pé as coisas andam".
Após
toda a praia se tornar de um único dono, começaram as mudanças radicais:
primeiro foi o aterramento do mangue com areia transportada do próprio lagamar.
O meu tio Nelson e outros adolescentes do lugar ganhavam por lata de areia transportada nos
ombros; o outro destaque ficou por conta da mansão que dominava todo o jundu. Nas
imediações foram plantados centenas de coqueiros. O gramado era lindo!
Enquanto
os rapazes transportavam latas de areia, o Bito Crode, sentado por ali, contava
os seus exageros. Num momento eram dois trilhos que boiavam próximos da Lage
Grande. Imagine só! Um pouco depois disse que a Praia Brava era do tio João
Barreto, que a trocou por um sargo. Onde já se viu uma praia bonita dessa se
equiparar a um peixe da costeira!? No mesmo instante todos aqueles que pararam
para escutá-lo fizeram expressão de descrença . Era demais mesmo!
Ao perceber que os companheiros acharam um
exagero na fala, o contador de causo encontrou um jeito para remediar a
situação:
-
Mas não era um sarguinho! Era um bitelo desse tamanho! Um senhor sargo!
Ao
abrir a braçada, todos sorriram e voltaram à tarefa. Agora sim! Ficou mais
plausível a informação.
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