É tempo de férias. Teoricamente, de acordo com a sociologia do turismo, esta é uma época propícia para recompor as energias a partir de um anti-cotidiano, ou seja, deixar tudo aquilo que nos cansa no cotidiano para desfrutar de outras experiências, em outros lugares. Quero crer que a maioria dos visitantes de Ubatuba segue tal princípio e volta de baterias recarregadas aos seus lugares, graças à natureza que nos rodeia. Porém...
Existem tipos e tipos de
“sem-noção”. Num deles se compõe um parente do meu vizinho que, apesar de suas
raízes caipiras, solta um barulho no seu velho automóvel Passat achando que é música. Nem parece ser da terra de Elpídio dos
Santos, um dos grandes compositores paulistas da metade do século XX. A
propósito, acredito que o aparelho sonoro devidamente comprado e instalado, quitado em várias
prestações, vale quatro vezes mais que o velho modelo da Volkswagen, da década de 1970.
O
barulho é infernal; as letras são medíocres, preconceituosas etc., digna de
gente que parece pensar como o verme
machadiano a se expressar em Dom
Casmurro:
“Catei os próprios vermes dos livros para
que me dissessem o que havia nos textos roídos por eles.
- Meu senhor – respondeu-me um longo verme
gordo – nós não sabemos absolutamente
nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que roemos, nem amamos ou
detestamos o que roemos; nós roemos”.
Coitada
dessa gente que assim é conduzida!
Ah!
Não é um mero detalhe! Entre os visitantes (turistas) desta cidade (Ubatuba)
existem muitas “pérolas” assim: eles simplesmente roem!
Será
que não devemos nos esforçar mais pela civilidade, pelo exercício da cidadania
neste ano que agora começou?
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