Que tal encher as árvores de nossas praças de orquídeas? |
O colega Antonio, homem do interior paulista que há alguns anos chegou ao nosso litoral, após ler aquilo que eu escrevi a respeito da nossa Praça Exaltação da Santa Cruz, a “Praça da Matriz”, fez o seguinte comentário:
- Talvez essa praça tenha sido alegre quando você era mais jovem, né, Zé? Atualmente, me parece, ela tem uma ponta discreta de horror. Isto não é um privilégio só dela. Em outras cidades também têm quadros assim (medonhos). Faz-me lembrar um personagem de Sartre [o filósofo francês Jean-Paul Sartre] com a seguinte frase: “As minhas lembranças são como as moedas da bolsa do diabo: quando a abriram só encontraram folhas secas”.
É isso mesmo! Por isso que estou apreensivo em relação ao projeto do Museu Caiçara em torno do resgate cultural da Praça Treze de Maio. Imagino cenas se reconstituindo, imagens e fragmentos de imagens correndo em nossas direções. Vejo como um dos produtos do evento um saldo onde recordações e ficções se embaralham. Recomendo que mais pessoas entrem em contato com o Julinho, o encaminhador deste projeto.
Assim como eu, creio que a maioria das pessoas se encanta em ver as imagens de outro tempo em fotografias e cartões postais. Elas permitem “descobrir” aventuras inimagináveis em coisas que, aparentemente, estão no ordinário. Ou seja, como “acontecimentos que saem do ordinário sem ser necessariamente extraordinários”.
Os textos de quem viveu intensamente a proximidade cultural com um lugar, com o povão, também me encantam. Por isso que estou aguardando há anos um livro de memórias prometido pela professora Heloísa, a “Tia Helô”, uma taubateana que veio quase adolescente viver em nosso município. O amigo Ivan disse que, finalmente, o tão esperado será lançado agora, no mês de dezembro. Será mais uma oportunidade de descobrir e redescobrir a nossa cidade e o nosso povo. Digo isto porque essa querida professora não se cansa de afirmar, orgulhosamente, em poder ter vivido, graças a este chão (Ubatuba), tantas aventuras.
Que venha o Livro da Tia Helô!
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