Um dos textos mais acessados do blog é o
FANDANGANDO, onde eu descrevo a atividade do professor Rogério Estevenel na escola,
incentivando os alunos a aprenderem a dançar o fandango caiçara. Ou seja,
possibilitando às novas gerações a continuidade de uma tradição, a alegria
genuína de nossa gente. É muito legal
essa disposição contagiante do nosso caiçara do canto direito da praia das
Toninhas, ou das Estonhinhas, conforme diziam
os antigos.
Não
é de hoje que o jovem professor está engajado nessa missão. Porém, no nosso
município (Ubatuba), nunca recebeu o reconhecimento que merece.
Agora, tendo levado neste ano a sua empolgação e apresentado na rede
pública municipal de educação na cidade vizinha (Caraguatatuba) o seu projeto,
veio o reconhecimento merecido. Na semana passada saiu o anúncio: ele foi o
vencedor do melhor projeto em 2012. A primeira alteração será no salário, mas
outros agrados vêm na sequência, como consequência. Viva o Rogério, o neto da
dona Gertrudes que, a cada ano, acolhe a Folia do Divino com tanto esmero!
A
minha questão, sobretudo aos líderes políticos deste recanto litorâneo:
-
Quando eles entenderão que, neste pedaço do litoral brasileiro, existem muitas
crenças e valores culturais que têm uma função de conservação?
Com o
projeto O despertar de uma cultura! O fandango caiçara idealizado pelo referido
professor (Geografia/Turismo) com alunos do 6º D, 7º A, B, C, D, E e F da EMEF
Antonia Antunes Arouca - Massaguaçu puderam através de uma sondagem inicial
constatar a presença do fandango caiçara em terras dos bairros da região norte
de Caraguatatuba, sendo então o estopim para planejar tal projeto, que teve por
objetivo avaliar o potencial do patrimônio imaterial cultural caiçara que ainda
permanece nos bairros da região norte do município de Caraguatatuba, além de
apresentar novas faces para desenvolvimento do turismo cultural visando o
resgate, a preservação de tão ricos valores culturais de modo que alunos e
moradores se sensibilizassem para a importância de se preservar as tradições de
um povo que ora se aparenta adormecida, mas que ainda vive a atua na vida de
muitos caiçaras o projeto mostrou aos mais jovens a dinâmica a qual ocasionou
esse “adormecer” e propôs o “despertar” de um povo para preservação seus
valores culturais.
Dentre
atividades propostas no projeto tiveram entre outros: desenhos, músicas,
oficina de fandango, construção de cartazes e painéis, entrevistas, passeios,
apresentações e viagens; o conhecimento a cerca dos assuntos abordados puderam
ser realmente absorvidos e transformados em uma conduta mais sensível quando
aos assuntos de cunho cultural sobretudo àquela que vem do povo e de uma
realidade tão especial quanto a da região abrangida pelo projeto: o Massaguaçu,
o caiçara e o fandango”.
As
experiências vivenciadas tanto pelos alunos quanto pelo professor e demais
participantes reforçaram a idéia de que um resgate histórico-cultural de uma
comunidade é possível e viável desde que haja apoio de todas as esferas além de
profissionais com o domínio de causa sobre a questão a ser analisada e adesão
da comunidade o que em suma ocorreu de maneira eficaz e satisfatória no bairro
de Massaguaçu a partir deste projeto.
Nesse
sentido o professor Rogério Estevenel agradece a todos que de forma direta e
indireta contribuíram para o pleno êxito deste projeto e que depositaram a
confiança durante o período em que estava sendo executado e reafirmando o
compromisso de incentivar as práticas culturais especialmente relacionadas ao
fandango de modo que a comunidade perceba que o projeto não terminou e passe a
valorizar mais o que lhe é mais pertinente: a sua cultura, pois “Povo que não
tem memória, não tem nada para contar”.
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