“Pobre
diabo daquele que repete os slogans daqueles que o dominam”. Esta era uma das
frases prediletas do Paulo Verzoline, saudoso colega de ginásio (década de
1970, no “Capitão Deolindo”). Hoje penso muito mais nela, sobretudo quando eu
escuto a rapaziada definir caiçara como “vagabundo, que quer só beber e ficar
pelas praias”. É aquilo que eu repito sempre: fizeram com que os miseráveis acreditassem
no “ritmo maravilhoso” que é de sistema produtivo, de viver tentando acumular
bens e ter dinheiro na poupança.
Não
seria inveja de um estilo mais desapegado? Também não pode ser uma estratégia
para justificar a tomada do espaço, bem como o extermínio dos moradores originais, juntamente com o
espaço entre a serra e o mar?
“Fica
complicado analisar todas as possibilidades que levam as pessoas a terem ‘cabeça
gorda’, a serem repetidoras de absurdos e incoerências”, diria o meu amigo Luís
Antonio, o “Gibi”. O desafio é criar os
espaços de reflexão, deixar que se estabeleçam as conexões de um novo padrão
cultural que zele pelo espaço decorrente de milhões de anos, que atraiu tanta
gente para compor o espaço caiçara.
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