Mato rasgando o cimento: uma brecha de resistência evidente. |
O
texto de hoje provem de outro que eu escrevi em 2005, por ocasião de uma etapa
polêmica a respeito do Parque Estadual da Serra do Mar. Naquela ocasião, saiu a
garantia de que os moradores da área não seriam removidos. Não sei bem como a
“novela” continuou, nem se “o zoneamento foi feito e foi oficializada a
permanência mediante compromisso de conservação da área”. Não seria bom
verificar “em que pé andam as coisas”?
Na
conservação da natureza, os moradores tradicionais (caiçaras e quilombolas, de
acordo com o tratamento dos órgãos do Estado) não podem representar um inimigo.
Ou melhor, sua permanência garantida, “mediante compromisso de conservação da
área”, está significando que a cultura específica do lugar (caiçara) é a mais
indicada para defender a porção do seu meio ambiente específico.
Para
que uma cultura exista num determinado lugar desde muito tempo é preciso existir um pacto entre natureza e homem. Disto
resulta a cultura (síntese entre necessidade e criatividade, dinâmica que
possibilita a vivência mútua). Porém, quando aparecem as situações que põem em
riscos tal pacto, dependendo de sua permanência, os parceiros (homem-natureza)
podem se anular, desaparecerem.
Está
provado que a racionalidade, se acompanhada de sabedoria, pode evitar
catástrofes. Só uma certeza existe: a natureza fornece as possibilidades para a
existência humana, mas... se ela perder determinadas condições será rompido o
pacto vital, ou seja, o homem desaparece. Nesses dias assisti um documentário
que detalhava alguns lugares na Europa Oriental altamente radioativos
(contaminados) há décadas e que vai continuar existindo assim por milênios.
Porém, dos homens daqueles lugares só está restando as moradias vazias porque o
câncer está vitimando a todos. Isto é prova de que, livre da humanidade
novamente a natureza se regenerará. Ela não morre totalmente - ainda bem!
A
natureza renasce sempre! Já o homem...não sei não.
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