quinta-feira, 16 de maio de 2024

CONSCIÊNCIA POLÍTICA (II)

 

Raízes - Arquivo JRS

   Ousemos pensar! Há muito tempo um filósofo já recomendou que a gente não deve se omitir no desenvolvimento cognitivo, na educação formal voltada para a formação humana e pensamento crítico. Tudo isto liberta. Não é à toa que governantes reacionários preferem formação técnica, escola militar etc. Estas opções nos fazem retroceder em relação ao humano. Ainda mais agora! Constatamos que as limitações cognitivas, muitas vezes aliada à falha de caráter, nessa conexão intensa via tecnologia faz sobrar indignação. No entanto, por falta de conhecimento e de autonomia reflexiva, carece de ações coerentes que questionem os rumos de um sistema político e econômico cruel. Por falta de saber atuar em sintonia consigo mesmo, muita gente vai se afastando do saber que promove a libertação ideal. Assim, monitorados devidamente pelo sistema informático, a humanidade segue desfazendo conquistas que, ao longo da História, custaram reflexões, debates e até mesmo a perda de vidas. Onde já se viu trabalhador ser contra os seus direitos trabalhistas? Quando poderíamos imaginar que tanta gente achasse normal os acidentes ambientais decorrentes de intervenções humanas comprovadas pela Ciência? Como pode os desvalidos serem contrários aos projetos sociais? É absurdo, mas é real: uma parcela - ignara porque não ousa pensar! - desse meu povo pede a volta da ditadura militar e o fim dos Direitos Humanos; acredita que dando armas de fogo para todos o mundo vai melhorar etc.

   O problema não está na mídia e nos avanços tecnológicos que se assemelham à velocidade de um beija flor, mas sim em nossa fraqueza. E de onde vem este adjetivo? Voltemos ao processo educacional, ao direcionamento para nos tornarmos fracos, incapazes de perceber as manipulações que nos deprimem, tiram a vontade de viver. São as bases educacionais que estão ruindo e abrindo valas de alicerces para outros rumos (reacionários) via poder da mídia.

   É urgente saber ler, interpretar, julgar se posicionar. Contra quem? Contra esse sistema piramidal que garante um mundo ótimo para pouquíssimos detentores da sofisticação da tecnologia e, logicamente, dos corpos dos trabalhadores. Ousemos pensar para não deixar gretas no desenvolvimento cognitivo e nem falhas no nosso caráter que vão contra nós mesmos, contra os mais injustiçados.  Ousemos pensar para promover essa consciência política!

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