sexta-feira, 24 de maio de 2024

MELODIA DAS ARTES

   

Amanhecer - Arquivo Clóvis 

     Neste momento, sentindo os sinais do inverno que se aproxima, ouço um som, música no rádio de algum vizinho distante. Penso na musicalidade em nossas vidas e em muitas pessoas, sobretudo da comunidade caiçara, que preencheram essa necessidade musical em meu ser: tio Maneco Armiro, primo Elias, João Alegre, Maurício do Bonete, comadre Vitória, Aristeu da Ponta Aguda, Otávio paratiano, Doquinha da Ribeira, Luizinho, Sapato Branco, Dito Fernandes, Laureana, Ostinho, Mario Gato e tanta gente mais. Também continuam marcantes os meus clássicos brasileiros: Chico Buarque, Gilberto Gil, Elis Regina, Clara Nunes, Elizete Cardoso, Martinho da Vila, Luiz Gonzaga, Adoniran Barbosa, Zé Geraldo, Milton Nascimento etc. Ainda tem os grupos musicais: Fandango caiçara, Demônios da Garoa, Mutantes, Língua de Trapo, escolas de sambas etc. O que dizer de tantos estrangeiros a nos emocionar com suas músicas?

  Que linguagem fantástica é a música! Conforme presto atenção na poesia, na mensagem de cada música, mais me contento e ouso em reflexões acerca da vida, da nossa realidade e das utopias que alimento. Sei cantar? Não! Mas sempre estou cantarolando fragmentos de músicas. Minha esposa me critica por isso. “Por que você não aprende a música inteira? Aproveita a internet e faz isso”. É, pode ser.

     Acho importantíssimo a música em nossas vidas. Ela proporciona prazer e alivia as dores da jornada, os componentes básicos do nosso existir. É arte. Ela nos torna mais fortes, nos leva à sabedoria. Sei de muita gente, assim como eu, que começou a se inteirar nessa musicalidade a partir do rádio, bem cedo, tocando músicas sertanejas. Uns parentes próximos também se divertiam e nos contemplavam com prazerosas melodias. Quando criança, eu adorava, nos fins de tardes, ir até a casa do tio Dário Barreto e da tia Maria para escutá-los. No morro da Fortaleza, juntamente com os filhos (Elias, Toninho e Ditinho), eles mostravam seus talentos musicais. Que coisa boa é a melodia das artes!

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