Teia de aranha - Arquivo JRS |
A idade avança. Tenho a necessidade de descansar mais entre as enxadadas. Observo e sigo cultivando. Duas sementes brotaram. Logo as duas plantinhas estavam crescendo com este detalhe: uma bem forte e outra mais fraca, como se estivesse doente. A água é exígua. O que fazer? Distribuí-la igualmente entre as duas ou escolher uma delas? Será que não deveríamos se devotar à mais forte, irrigá-la bem com a pouca água para que se desenvolva ao máximo e dê muitos frutos? Ou temos esperança de que a mais fraca se recomponha com a partilha da pouca água e também deixe a sua contribuição ao planeta?
Privilegiamos os “bem-nascidos” ou incluímos os desfavorecidos, os injustiçados? Pois é! O maior desafio é resgatar o valor da vida. Disto vem a pergunta inevitável: do que o nosso corpo precisa para viver, para compor o nosso espírito (ser humano completo, que se constitui com narrativas, memórias, técnicas, momentos etc.)? Usemos a inteligência para valorizar mais a vida.
Como se inicia, se desenvolve a inteligência humana? Uma possibilidade, além de outras, foi observando os outros seres e os fenômenos que nos rodeavam, que estavam na nossa vivência nos primórdios: a armadilha estendida por uma aranha, um bicho que come um mato contra um incômodo que sente, um pássaro que evita degustar determinada fruta, os cuidados que uma cachorra dispensa às crias, inclusive as estratégias para que aprendam a sobreviver na natureza e na coletividade, uma manada que determina no relevo o seu carreiro etc. Em seguida, sinal notório da inteligência prática: as ferramentas vão sendo criadas. Pode ter sido por acaso este importante passo, mas não podemos descartar a possibilidade de ser imitação de outros animais. (Me recordo de uma cena onde um macaco recorria a uma pedra para quebrar um coco e se servir do alimento). E, assim, um ser dentre os demais seres evolui: surge o homo sapiens. De lá para cá evoluímos muito, mas - acredite! - tem gente que, manipulada por interesses perversos, ainda defende a Terra plana. É mole?
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