quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

O VELHO E O MAR

Rolos da canoa do velho na areia (Arquivo JRS)

      Acompanhei com os olhos o velho sair remando; lhe desejei boa sorte na pescaria. Não fiquei esperando, pois precisei ir embora, voltar para casa distante dali. Me lembrei de um livro que li há muito tempo. Trata-se de O velho e o mar, escrito por Ernest Hemingway, em 1952. Por acaso, achei uma nota sobre o mesmo, na adaptação de Thierry Murat, publicado pela Bertrand Brasil (RJ, 2018), que resolvi compartilhar com pessoas especiais. Você é uma delas. Boa leitura.

    Cuba. Início da década de 1950. Santiago, um velho e pobre pescador, retorna mais uma vez com barco vazio. Já são 84 dias sem fisgar nenhum peixe. Todos na ilha acreditam que ele é velho demais e um "salao", palavra espanhola para aqueles que são tocados pela má sorte. Apenas o menino Manolin continua a acreditar nele e quer acompanhá-lo em suas viagens ao mar. Seus pais não permitem mais que ele parta com Santiago; mesmo assim, o menino continua visitando o velho em sua cabana e cuidando dele como se fosse seu avô. No 85º dia, Santiago decide se arriscar no mar traiçoeiro. Ele é confrontado com um espadarte, peixe enorme e forte, e uma batalha que dura três dias e três noites irá se desenrolar entre eles. [...] O autor morou 22 anos em Cuba. Não é à toa que a obra é ambientada em Havana e no Mar do Caribe; trazendo muitas das observações da sociedade da época. O livro é considerado, por muitos, uma fábula ou uma ilusão aos grandes heróis e mitos que colocam o ser humano em confronto com as forças da natureza, opressivamente superiores. Esse embate entre o homem e a natureza, um tema constante na obra de Hemingway, atinge o seu ápice na luta entre o velho pescador e o peixe quase mitológico, que mudaria o seu destino. O livro explora os limites da capacidade humana diante de uma natureza voraz, onde todos os elementos estão permanentemente em luta, sendo também o retrato de um homem na solidão do alto-mar, com seus sonhos e devaneios, com sua luta pela sobrevivência, com sua inabalável confiança na vida. O longo embate entre Santiago e o espadarte não tem vencedores ou perdedores: às vezes, a verdadeira vitória não se pode mostrar, nem a verdadeira coragem é tão visível ou evidente quanto se pensa. Santiago não esmorece diante dos embates e vicissitudes da vida e sabe receber os triunfos e derrotas com a mesma força de espírito.


 

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