terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

ÁGUA DE GUINÉ E SARMORA

 

Embarreando o Rancho Caiçara (Arquivo JRS)


        Minha amiga Irene, da praia do Lázaro, mais uma das pessoas preocupadas com as nossas andanças pelos ônibus, deu a seguinte recomendação: “Toma banho de creolina”. Será que resolve? Circulando, por motivo de trabalho, nós somos portadores em potencial do coronavírus, podemos levar para nossos familiares que ainda se mantém em quarentena, seguindo as preciosas medidas sanitárias. E depois, quem vai aguentar o cheiro da creolina? Ela caiu na risada. Eu prefiro continuar me cuidando.

         Quando eu era crianças, diante de um perigo medonho, a saudosa tia Aninha recomendava: “Faça como eu. Eu me venzo todo dia, minino, com água de guiné e sarmora. E reze, meu filho. Reze bastante”. Recordar dessa fala agora, fez me lembrar de uma poesia do mano Mingo; esta agora:

 

SAL AMARGO

 

O que os olhos viram,

O que os ouvidos escutaram,

O que faz saltar o coração

Ficou na memória:

Esta terra tinha dono

E os rios eram sagrados,

Nada de sal de lágrimas

A misturar com as marés

E fazê-los mais salgados.


Depois do embarreamento, uma confraternização (Arquivo JRS)


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