Em Silveiras, orgulho da mula (Arquivo JRS) |
Totonho do Rio Abaixo, famoso por
pilantragens, insiste em ter a minha amizade. Dias atrás, para me agradar,
falou: “Cadê o Queiroz?”. Mas é muito
gado mesmo! Pensa que eu não sei que continua na dieta de capim e cloroquina? “Quer enganar quem?”. Ele, no espírito das palavras do Bozo de
Brasília, é o que poderíamos classificar de “terrivelmente evangélico”. Agora, conforme o dizer do estimado baiano
Bartolomeu, “a casa tá caindo”. É,
não tem como continuar essa enganação. Mas faço questão de dizer que, na história, as falcatruas sempre estão para privilegiar
quem já é privilegiado.
O Poder Executivo, na sua
instância máxima (STF), tem as suas preferências, sabe de qual lado se colocar.
Por exemplo, tem processo favorável a quem está mais para o lado das classes
populares que fica parado, esquecido até, mas...quando mexe com eles (Juízes) , tudo se
movimenta bem rápido. Faz-me lembrar de uma escola, de um aluno terrível, cheio
de malcriações para todos os professores, de arrumar confusões com os colegas
etc. A cada reclamação de alguma coisa que ele aprontava, a coordenadora dizia: “Coitado dele. É porque ele é hiperativo”
e coisas do gênero. Até que chegou um dia em que o tal menino disse um monte de
coisas impróprias a ela. O que aconteceu? Bastou só aquela vez para ela correr
atrás de outra escola para o dito cujo. Foi transferido na semana seguinte. Agora,
aquelas coisas que eram evidentes para nós que procuramos ler coisas de gente
sábia, de escutar coisas inteligentes e de
ver ações concretas na superação das injustiças sociais começam a ser
comprovadas pelos “homens da justa”,
na expressão do mesmo Bartolomeu. Espero que ele continue vivo e feliz na sua
querida Pilão Arcado.
Seo Filhinho explicava, numa
ocasião, sobre a escravidão em Ubatuba:
“Não
é de hoje, meu jovem, que peixe graúdo tem proteção das leis, sempre escapa das redes. Há muitas
histórias de chegada clandestina de escravos em Ubatuba. Tinha vários portos
para esta falcatrua. Contavam de dois escravos que, no desespero, nadando mar
afora, na Enseada de Bananal, foram resgatados pela escuna FLUMINENSE. Deram
sorte de ser uma embarcação que cruzava a costa a serviço do governo, na
fiscalização do tráfico negreiro em 1834. Houve tentativa de aplicação das
leis, mas o tráfico continuava e era do conhecimento do Governo da
Província. A vacilação, o temor dos
Juízes de Paz no cumprimento da Lei também era compreensível, pois aquela
ilegalidade era exercida por argentários, pelos maiorais da terra, com os quais
não seria prudente nem interessante criar qualquer animosidade. Mas imagine se
fosse os parentes deles que estivessem sendo escravizados. Você imagina?”.
É
pena que tantos pobres não enxerguem as provas, mas acreditem nas evidências mentirosas para darem tiros nos próprios pés. Dá dó e raiva ver tanta gente enganada por lobo em pele de cordeiro, sabia Totonho?
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