Coco pindoba em dois momentos (Arquivo JRS) |
Ao reler umas
anotações nuns papeis mais antigos, pensei que o título poderia ser Nossos
hábitos na nossa linguagem. Isso porque trata de um falar caiçara que vai se
perdendo. “É a modernidade”.
É a modernidade que promove o afastamento de um tempo de maior
interação com a natureza, de um conhecimento ancestral de tudo aquilo que o
mato nos oferecia (desde a alimentação até as propriedades curativas).
A inspiração presente veio depois de saborear um cacho de pindoba,
resultado da excursão à Toca do Bagre (Jundiaquara). Aos amigos: estava uma
delícia! Agora vem o tempo da brejauba, do pati...
Pati é o fruto do
patieiro, outra espécie de palmeira das nossas matas. Depois que brota o miolo,
o sabor adocicado é uma tentação. O ruim é a concorrência das pacas, cutias e
caxinguelês. Conforme me apresentou há muito tempo o Dito Fernandes: “Esse é o
pati. Agora tá brotado. Vamo catá o que puder. Sorte nossa o bicho ainda não
tê aparecido e carregado tudo”.
Tudo isso faz me buscar...
Na Badeja do Nhonhô Armiro
Um caxinguelê esperneia
Pelas grimpas do embiruçu,
Já reparando no juréu
Do lado da arataca.
A mode que não vi!?! Ahhh, homi!!!
Uma força de saquaritás,
Carambolas devezadas,
Balaio de peixe escalado.
Do cardo de massa,
Biju vai se formar.
A mode que não vi!?! Ahhh, homi!!!
Uma barata escarrapachou.
Quando me precatei,
Tinha desmontado o mundéu
Do velho bem tiririca
No aceiro ainda a queimar.
A mode que não vi!?! Ahhh, homi!!!
Não quero nada intirume,
Nem bentrecha escalada.
Só aquela que veio de fornear.
A mode que não vi!?! Ahhh, homi!!!
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