Plínio Sampaio morre em São Paulo, aos 83 anos (Foto: Marcelo Justo) |
O presente texto é em homenagem à Laura Sampaio, uma religiosa agostiniana que, a partir do final da década de 1960, por muitos anos, tanta ajuda prestou aos caiçaras. Recorrendo às atualidades de seu primo Plínio de Arruda Sampaio, que estava no exílio forçado pelos militares, nos apresentava os temas da sociedade brasileira. São pessoas assim que marcam o nosso ser. De fato, era um bom homem. Deu a sua contribuição a nós caiçaras que vivíamos bem isolados, longe das atualidades de então.
“Bons tempos era aquele em que a
gente, no serão, depois da janta, escutava as histórias dos mais velhos”.
É assim que as gerações vão aprendendo, sonhando, criando seus medos e dando suas contribuições culturais. No nosso caso, quase sempre o mar, as praias e a natureza têm os elementos essenciais a uma boa história, aos tantos causos que nos cercam.
É assim que as gerações vão aprendendo, sonhando, criando seus medos e dando suas contribuições culturais. No nosso caso, quase sempre o mar, as praias e a natureza têm os elementos essenciais a uma boa história, aos tantos causos que nos cercam.
Numa
roda da conversa apareceu esta:
“Os
dois apaixonados namoravam na beira da praia de Itamambuca. Eram vigiados
apenas pela luz da Lua. Lá contavam estrelas e faziam promessas de amor eterno.
Ditinho,
filho de pescadores, conhecia muito bem a história que seus pais contavam sobre
as crianças que eram geradas em dia de Sexta-feira da Paixão. Eram misteriosas
como tais dias...Mas Ritinha, afoita como só, achava graça das prosas de
Ditinho, duvidando que fosse verdade.
Ele
tentou ir embora, dizendo que se ela engravidasse teria um bebê encantado. Se
nascesse menina seria bruxa, se fosse menino seria lobisomem.
O
pescador se rendeu aos caprichos da moça. Após aquela noite Ritinha nunca mais
apareceu.
Depois
de exatamente nove meses uma criança nasceu do outro lado da praia. O seu choro
intrigou a todos dali, pois era acompanhado de um uivo, fazendo com que a
própria Lua se escondesse de medo”.
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