Tio Zacarias, o folião do Divino (Arquivo Kilza Setti) |
Em certa ocasião, esperando a condução na Praia Dura, conversei longamente com o saudoso Zacarias, um parceiro de Folia do Divino e de outras festas do tio Maneco Armiro.
Para nós também era tio. "O tio Zacarias, o tio Maneco e a tia Ana estão em cantoria, lá na sala deles". E a criançada passava por ali para ouvir as toadas conhecidas e apreciar as novidades, as novas letras em mesmos ritmos.
Para nós também era tio. "O tio Zacarias, o tio Maneco e a tia Ana estão em cantoria, lá na sala deles". E a criançada passava por ali para ouvir as toadas conhecidas e apreciar as novidades, as novas letras em mesmos ritmos.
Anos mais tarde, parando no alto da Praia do Saco das Bananas, imaginei ele ali no caminho tantas vezes percorrido, assim falando aos companheiros de caminhada nas Corridas da Folia de cada ano.
Daqui arreparo no lagamá,
o jundu e uns três ranchos;
Adiante tá o caminho das casas.
O viamento foi largado;
no morro há resto de tiguera
e ninguém mais encoivarô.
Do embarque das bananas...
Nem engaço seco ficô.
Passo por um café intirume
Porque tô enfastiado,
mas... tenho tempo pra prosa:
me intero da festa que vem;
há redada na Ilha e tainha facheada;
uma turma de folião tá chegando.
Sobeja devoção.
Vai tê arvorada, muita reza e bate-pé.
Vamos o Divino adorá
E esperá o que vié.
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