Nesta semana, ao embarcar no ônibus em direção ao Saco da Ribeira, encontrei o Francisco Guadix, morador da Toninhas há várias décadas (desde que se aposentou como petroleiro). Dele recebi notícias tristes e alegres das sobrinhas (Ana, Maricarmem...): minhas colegas de escola na década de 1970.
Elas moravam na Rua Conceição, em frente à praça Treze de Maio, perto de uma imobiliária por nome de Ayrosa. A casa era onde hoje se localiza uma loja de tintas, bem em frente ao ponto de táxi. O pai delas, José Guadix, só era chamado de Zé Marroquino. Os Guadix, logicamente, têm uma de suas raízes no Marrocos, na distante África.
Zé Marroquino contraiu matrimônio com uma caiçara e aqui ficou até o fim da vida. Sempre trabalhou como serralheiro: fazia grades, janelas, portões etc. Em 1982, a pedido do pároco frei Angélico, o humilde serralheiro deixou a sua marca mais evidente para a nossa admiração: os lustres da Igreja Matriz.
Eu recomendo: ao entrar na igreja concluída em 1886, admire o forro reformado pelo grande carpinteiro Antonio Marques do Vale Filho, os lustres que são marcas do Guadix e o altar em forma de barco feita no capricho por Jacó Meira. Com exceção deste, os demais já são saudosos. Como é importante a arte! No caso, não tem como não lembrar de seus autores!
Se eu fosse uma autoridade eclesiástica, espalharia pelo espaço sagrado imagens produzidas pelos mestres entalhadores: Jacob, Antonio “Bigode”, Da Motta e Pio. Ficaria bonito e atrairia mais visitantes. Eu garanto!
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