Um dia de convivência no Camburi: experiência inigualável! |
J.R.: Fale sobre esse pessoal do “Inglês”. [É um dos galhos brancos da árvore genealógica]
Genésio: “Era do tempo dos escravos, descendentes dos escravos! É porque a mãe dele, a mãe do ‘Inglês’, a dona Severina, uma senhora clara, dos olhos azuis que nem os senhores, de olhos verdes, né? Era filha do finado João Chico, que morava na praia Brava. Quando eu me entendi por gente, eu conheci o João Chico: um senhor claro, de bigode ruivo, olho muito azul. Então, a mãe do ‘Inglês’ –era a dona Severina – era filha do finado João Chico. O pai do ‘Inglês’ era da minha cor”.
J.R.: Era parente do senhor também?
Genésio: “Não, não era. Era outra família. Era do tempo dos escravos também, mas de outra família. Era da família do tal de Mané Bento. Zé Bento, Mané Bento. A família do ‘Inglês’ –não sei se o senhor conheceu – o pai do ‘Inglês’ é daquela família do Antonio Bento, que era coveiro em Ubatuba; que morreu”.
J.R.: Ah! Eu conheci!
Genésio: “Conheceu? Era coveiro, né? Então...o pai do ‘Inglês’ era daquela descendência”.
J.R.: Então o Antonio era daquela família, mas morava na cidade?
Genésio: “Não senhor! O Antonio era daqui! Por pouco tempo que ele foi para Ubatuba! Então, o pai do ‘Inglês’ era dessa descendência, do seo Antonio Bento. Então...sabe o nome do ‘Ieié’? Ieié Bento. Ieié Bento! Que é da descendência do seo Antonio Bento; que era o pai do ‘Inglês”.
J.R.: Quem é o “Ieié”?
Genésio: “É agora o ‘Inglês’, que saiu daquele jeito; que eu trato ele de nego aço, porque saiu daquele jeito. A irmã também tem os olhos gateados. Então saiu um mais claro, outro mais escuro. Saíram assim por causa da mãe. Assim se fez toda essa misturança, né?”. Mas descendência de escravos! E é agora isso!”.
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