Em 1836, pelas informações dadas por Félix Guisard Filho, em seu livro Achegas à história de Ubatuba, o porto de Ubatuba era muito movimentado: quatro sumacas, três escunas, um iate, sendo a maior parte deles de proprietários do município, tinham uma regularidade em suas atividades.
Os dias eram de prosperidade, principalmente pelo desenvolvimento das atividades agrícolas e pela vida portuária. Também se intensificava o intercâmbio com o interior. Porém, as dificuldades de comunicação com as vilas de serra-acima, provocam o declínio da produção. É de 1853 um ofício da Câmara que diz: “Vários tropeiros já têm procurado outros portos, os quais, apesar de serem longe, não oferecem tanto perigo”. Ou seja, as estradas são péssimas. Também é dessa época o início da decadência cafeeira. Só para comparar, atente-se aos dados da produção/escoamento nos seguintes anos: 1853= 150.000 arrobas; 1861= 30.000 arrobas; 1886= 5.000 arrobas.
Se bem que apresentasse algumas desvantagens, o porto de Ubatuba tinha capacidade para o desenvolvimento comercial. Entre as desvantagens estava a distância do ancoradouro, foz do rio Acarau, que se achava a meia légua do porto de embarque, tendo que atravessar uma baía desabrigada e constantemente agitada, com ocorrências de sinistros. Isso naturalmente dificultava o transporte de mercadorias para os barcos (carregamento/descarregamento). Ofício de 1852 informava: “É má e perigosa a barra desta vila. Muitos prejuízos têm sofrido no embarque e desembarque dos gêneros (...) O rio é estreitíssimo e circundado de pedras, bancos de areia e, o que é tudo, o mar quase constantemente agitado de maneira que são inúmeros os naufrágios que ali tem havido”.
É interessante notar que até o mapa do almirantado inglês da época assinala a possibilidade de um corta-rio, ou seja, a desembocadura do rio Grande seria desviado para o Perequê-açu, estando resolvido dessa forma a formação dos bancos de areia na área portuária.
Na prainha do Padre estava localizado o porto propriamente dito. Por ser pequena, impedia a permanência das tropas de serra-acima, cujo comércio com Ubatuba era constante.
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