No alto da serra, num lugar chamado Porubinha, entre a fazenda Santa Virgínia e Catuçaba, seo Mário tem um sítio muito simples, no meio da mata, lugar quieto e desabitado, onde faz muito frio à noite. Quando quer descansar, pescar e plantar ele vai para lá com a família e alguns amigos.
Ele conta que, quando ainda não havia erguido todas as paredes da sua casa, era um rancho só com a cobertura, mesmo assim já iam para lá e passavam as noites bem enrolados nos cobertores. Dois casos estranhos aconteceram nessa época.
Quando sua filha Eliana ainda era uma menina, acordaram uma noite com o rumor de seus passos saindo de casa. Seu Mário se levantou e viu a filha indo em direção à mata escura seguindo uma pequena luz. Foi atrás da menina e a trouxe de volta, sem ter visto ninguém mais. Ela explicou que uma velhinha havia lhe pedido que fosse com ela naquela direção.
Numa outra noite em que chegava com os amigos no rancho, foram saudados por um guarda florestal que passava por ali. O guarda lhes alertou para tomarem cuidado porque havia muitos caçadores atirando naquela região. Na manhã seguinte outro guarda apareceu nas terras do seu Mário falando dos caçadores. Seu Mário agradeceu e disse:
- Um colega seu já passou por aqui ontem à noite alertando do problema.
- Não senhor, ontem não havia ninguém de serviço por aqui. Como era essa pessoa?
Após a descrição feita por seu Mário o guarda abaixou a cabeça parecendo não acreditar, e, visivelmente abatido, revelou:
- Um companheiro nosso parecido com o que o senhor diz foi morto há pouco tempo a tiros nessa região.
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