Sobradão do Porto - Arquivo Ubatuba |
Hoje, a partir de uma fotografia de meados
do século XX, cujo autor desconheço, permitirei uma noção do espaço central da cidade de Ubatuba,
onde, quando criança, ainda alcancei vários edifícios arruinados, sendo
demolidos, a praça 13 de maio cheia de capim, a avenida Iperoig com um canteiro central amplo de plantas vicejantes etc. . Para isso estou me valendo do escrito do Seo Filhinho, do livro A
farmácia do Filhinho.
Nas praças – sem jardins – não raro muares
pastavam abusivamente na viçosa vegetação que ali crescia.
Se as residências mantinham remanescentes calçadas de rústicas pedras facetadas,
que lhe protegiam os alicerces da fachada, por elas ninguém transitava.
Desaforado aquele que ousasse subir e por elas transitar, desvendando o interior
das casas, pelas janelas de pouca altura e costumeiramente abertas!
As edificações, poucas apresentavam
satisfatório estado de conservação. Na maioria dos casarões antigos de largos
beirais e vergas arqueadas, o descolorido das fachadas, os desvãos dos vidros
semi quebrados – alguns até com vistosos arbustos vicejando no telhado limoso e
enegrecido -, demonstravam a decadência econômica a que chegou grande parte da
população.
Poucos sobradões ainda teimavam em perdurar. Além do Sobradão do Porto,
tão citado e decantado por sua imponência e notoriedade histórica, havia dois
outros no largo da Matriz, em boas condições, onde residiam, num, o cel.
Francisco Gonçalves Pereira – um dos argentários de antanho e ex-deputado
provincial – e sua filha solteira d. Aninha e, no outro, d. Aninha Vitorino, já
velhinha, viúva do comendador Joaquim Vicente da Cunha. Esses dois imponentes
sobradões, já necessitando de obras de conservação, foram demolidos para darem
lugar ao prédio do atual Cine Iperoig.
Observação 1:
o citado livro foi publicado em 1989. Hoje não existe mais o Cine Iperoig que tantas
vezes frequentei. Tudo foi demolido, dando lugar ao Teatro Municipal.
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