Sapo no morro - Arquivo JRS |
No baixio há sulcos endurecidos. No morro me canso logo. Penso no Velho "Ou mais, viva!", cujo nome era Nicolau Montanaro, conhecido também pela charanga que amolava a paciência. "Num morro desse ele não viveria". "Não mesmo! Mas faria brotar água, nascer vida! ". Eu mesmo me rebato.
Pernas endurecidas, pontas dos dedos que não se dobravam, um teimoso andar bamboleante. Na charanga o Velho "O mais, viva!" morava juntamente com seus apetrechos de perfurar poços. Ah! Tinha um cachorro também! Repetia costumeiramente que estivera na guerra, parecendo um soldado estropiado. Olhava distante enquanto sorvia um aperitivo. Se equilibrava pelos caminhos, só se agachava para pegar uma flor e entregar a qualquer criança que encontrasse adiante.
Hoje, bem cansado, subindo um morro desse, penso: "Há tempo deve ter morrido Nicolau Montanaro, o Velho "Ou mais, viva!" da minha adolescência.
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