segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

RIOS QUE GRITAM

 

tualmente
Dia de trilha - Praia da Ribeira - Arquivo JRS

       Mano Mingo, na poesia Rio dos pitus, camarão de água doce conhecido pelos caiçaras por cafula, me faz recordar da nossa cachoeira, do rio principal da Fortaleza, praia natal da nossa mãe (Dona Laurentina) que teve grande importância no ser que somos hoje. Atualmente esse rio quase que nem é percebido porque mingou, mas continua a falar. Na verdade, ele grita devido a esgoto e lixo que recebe de tanta gente e vai despejando no mar, resultado de atitudes que alimentam a cobiça, indiferentes à vida que é nossa. Não se trata de salvar o planeta, mas de salvar a nossa espécie e muitos outros seres. Daí a urgência de políticas ambientais, de combate aos agrotóxicos, aos plásticos etc. Certamente nós nos extinguiremos, mas a Terra continuará o seu ciclo. 

      Os rios gritam! Quem sabe a maioria das pessoas aprendam essa linguagem quando essas vozes já tiverem se calado para sempre. Quem sabe?


Na casa de meus avôs tinha um rio palrador

que contava histórias naturais

escachoando entre as pedras, 

na Praia da Fortaleza.

Quem nada compreendia

dizia que era só rumor de correnteza.

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