Espinhos na paineira - Arquivo JRD |
Vencemos mais uma etapa em busca de vivenciar e suscitar práticas antirracistas. Nós, cidadãos da beira do mar, devemos zelar pela nossa formação continua. Para isso, aí estão as obras e seus autores. No objetivo da empreitada, somos desafiados a olhar, a dar visibilidade a toda essa gente preta que ainda contribui com a nossa formação através de seus romances, de seus tratados, de seus manifestos etc.
Quem lhe ensinou que Machado de Assis, a grande estrela da língua portuguesa, era negro? Quem informou aos interessados que o primeiro romance feminino, escrito no Brasil, em 1859, foi arte de uma negra maranhense: Maria Firmina? Quem aqui sabe que, Nilo Peçanha, sétimo presidente de Brasil, era afrodescendente? De sua breve gestão, vimos despontar o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), a semente da FUNAI, além da inauguração do ensino técnico em nossa pátria.
É essencial pensar a cultura do nosso dia a dia; refletir sobre nossas raízes e se orgulhar delas. Veja a quantidade de gente que consome cultura negra, mas não se solidariza com as agruras do povo negro! E o que dizer dessa massa ignorante a tripudiar em cima dos povos originários?
Eu e tantos outros que pertencem à família Dos Santos estamos conscientes de que, em nossas origens estão relações violentas, omissão de paternidade, covardia etc.? "O quê? O meu nome de família em criança assim? Põe Dos Santos e tudo bem".
A violência nomeada racial se manifesta de inúmeras formas (desprezo, violência e tantas formas de injustiças). Nós, sobretudo nós, povo miscigenado, precisamos nos opor a esse sistema de opressão que nega direitos aos descendentes daqueles homens e mulheres tornados escravos a partir da grande Mãe África, que fizeram o Brasil e se compuseram como principal ingrediente na nossa sopa cultural. Para um ponto final ao texto: sem a participação da negritude não teria a cultura caiçara as características que tem.
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