Barra do Massaguaçu - Arquivo JRS |
"Prestem atenção, crianças. Um dia a onça e o veado resolveram fazer suas casas. Sem saber, os dois escolheram o mesmo lugar, perto de uma água assim. A onça trabalhava de noite, o veado de dia. Um roçava, outro arrumava madeira; uma envarava, outro embarreava; uma cobria, outro fazia o piso... Ambos admiravam-se da rapidez da obra, acreditavam que um anjo bom os ajudavam, estava acelerando tudo. Só descobriram a verdade no dia da mudança. Discutiram bastante, mas aceitaram a verdade e resolveram morar juntos. Na primeira oportunidade, a onça quis amedrontar o veado que já estava com muito medo, mas não demonstrava. Saiu para caçar e trouxe um grande veado para assar e comer. No outro dia, foi a vez do veado tentar inibir a onça. Não longe dali ele encontrou uma enorme onça morta. Juntou-a, e, com todas as forças, conseguiu levá-la para casa. Também era para ser assada. A parceira na casa de assustou, imaginou do que seria capaz o outro dono. Teve até medo de dormir. O veado, que também sentia medo da onça, planejou fugir naquele dia. A onça, cheia de temores após a cena do grande animal estirado no chão, sem vida, fez o mesmo. Resultado: até hoje a casa está lá, nunca mais foi habitada porque seus donos se foram para sempre".
Na versão que minha mãe contava, os protagonistas eram a onça e o bode.
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