Botões (Arquivo JRS) |
De
vez em quando avisto o Bito Madalena, filho de Magdalena, esperando o
ônibus. Está sempre bem arrumado, indo para a igreja. Se converteu
ao pentecostalismo já idoso, preocupado com a vida depois do findar
da vida. Já dizia o saudoso
Jeú, do Corcovado: “A gente pensa de verdade no perdão
quando pressente a morte mais perto”.
Ah! Quantas e tantas já aprontou o estimado Benedito Antunes de Sá!
Além
desses nomes, o nosso personagem também era o Coruja. Por quê?
Porque houve um tempo que, galopando ou andando pelo caminho entre
a Maranduba e o Saco das Bananas, ele trazia uma coruja empoleirada
num dos ombros. “Bicho manso, que se apegou assim ao Ditinho
porque foi bem tratado desde filhote”, explicava a saudosa
Constantina, sua esposa.
Numa
ocasião, tempo que já vai longe, pousei na casa deles, no morro da
Ponta dos Morcegos. Naquele tempo ele abusava da “branquinha
mardita”; naquela noite não dormiu em casa. No outro dia, ainda
clareando, a Constantina gritou aos meninos: “Vão ver adonde
está o pai de vocês”. Imediatamente dois deles saíram
correndo, na direção do Morro da Mata Virgem. Não levou meia hora
já estavam de volta. “Encontramos o pai naquela badeja, pra cá
de onde é a casa do Caetano. O cavalo tava em pé, no meio do
caminho; ele tava dormindo no meio do capim melado, com a coruja em
cima da barriga”. “E o que fizeram?”. “Deixamos ele lá, ué!
Depois que acordar ele vem pra cá”. “Tá bom, assim ele descansa
um pouco”. Não demorou muito, no alto do morro despontou a
figura em cima do cavalo e a sua coruja junto.
“Lá vem o Ditinho”.
“Lá vem o pai da
coruja!”.
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