Arte em casa (Arquivo JRS) |
Sabe aquele dizer: "Nesses dias eu tava pensando nisso"? Pois é! Assim o Dito produziu este texto. É simples, assim como são simples as pessoas que foram iludidas para votarem em alguém que agora está contra elas. Quantos Ditos, Marias e Zés foram enganados!?!
Na
década de oitenta do século passado, ainda era comum pessoas
andarem descalças no Sertão da Quina. Caiçaras, caipiras e até os
migrantes faziam isso. Porém, o chão que pisávamos (me incluindo,
claro!) era outro.
O
chão que se pisava era diferente, mais natural, mais convidativo a
se voltar às origens e sermos crianças novamente. Quem já teve o
prazer de andar com os pés no chão sabe do que estou falando.
Liberdade
é a palavra que define a sensação de conforto proporcionada por
uma caminhada sem os pés prisioneiros dentro de um calçado. A
sensação mudava conforme o tempo: se chovia, pisávamos na lama ou
no barro. E era bom, pois segundo as escrituras, nós
viemos do barro. Se chovia forte, vinha areia. E ela massageava
nossos pés. Se o sol estava muito quente, o chão nunca esquentava
muito. E, depois, quem era maluco de enfrentar o sol de meio dia?
O
fato de não andarmos mais descalços não é culpa nossa. O grande
culpado é o asfalto, que para muitos é necessário, principalmente
para os apressados. Ou seja, gente que acha que a vida é curta, e,
se andar depressa, o tempo é mais aproveitado. É essa gente que
trocou uma boa conversa numa roda de amigos por uma mensagem no tal
whats. A desculpa é sempre a mesma: “Eu não tenho tempo”. Aí
chega em casa e gasta duas horas respondendo mensagens e apagando as
mais variadas bobagens. Essas pessoas esqueceram o valor de uma
caminhada, o valor de um bate papo; que conversar com um amigo não
é perder e sim ganhar tempo. Muitos pensam que buzinar é
cumprimentar. Mais uma das culpas do asfalto.
Para
encerrar o assunto, vou dividir o mundo em três tipos de pessoas: as
que amam o asfalto, as que acham necessário e as que, como eu e os
caiçaras tradicionais, correm dele.
Para reflexão: Devagar
também se chega. É só sair mais cedo.
Benedito
Evangelista Filho (Galo)
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