Banquete no quintal. (Arquivo JRS) |
Em 1993, um grupo de pessoas se reunia frequentemente, em Ubatuba, a respeito das questões ambientais e culturais. Lógico que a maioria deles não era desta cidade, mas queria dar sua contribuição para tornar o nosso lugar melhor. De vez em quando, em torno de uma mesa de bar, alguns rascunhavam textos e poesias. Eu fui guardando zelosamente algumas. Hoje escolhi uma dessas escritas pelo Jacson, Luci e Paúra. Nem sei por onde anda esse pessoal, mas torço para que estejam bem e vivendo melhor ainda!
Quando cheguei ao litoral, fiz bem e fiz mal.
Ver e ter a certeza dos fatos da destruição.
Não sei se estou destruindo ou ajudando...
Cadê a Congada, as festas da região,
A mesa farta, o sorriso, o peixe e o pão?
A mata,
Que há muito tempo não é mais virgem;
A natureza linda,
Mar, matas, animais...
E o Homem.
Este ser exige respeito pela sua gente,
Sua terra,
Seus costumes
E seus sonhos...
Fica uma pergunta
Sem respostas definitivas:
Estamos mudando o rumo
E a cultura de um povo?
Todo tempo cheirando, comendo.
Bebendo, matando a mata
Em seu equilíbrio natural.
Viver.
Como servos trabalhando em sua própria terra;
Como pássaros engaiolados no sistema dos outros;
Como um rio com medo de chegar à foz.
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