Viva a cultura brasileira! (Arquivo JRS) |
Os meus avós sabiam fazer balaios, samburás, peneiras e tipitis. Aprender tudo isso, além de ser natural, ocupação rotineira, era uma necessidade para acondicionamento e transporte. “Pegue um ovo ali no samburá, menino”. “A mandioca lavada deve ficar no balaio grande”. “Agora, leve o tipiti para a prensa”.
A matéria-prima “estava na porta". O mato era farto de cipó e taquara.
Eu sei fazer alguma dessas coisas por achar bonito e para perpetuar um conhecimento que é parte da cultura caiçara. Ao avistar alguém com um cesto, sei reconhecer o bom acabamento. Melhor ainda é poder sentar perto de quem trabalha com isso e já entabular uma prosa!
Nas Serras Gaúchas, bem no centro das principais cidades (Nova Petrópolis, Gramado e Canela), tive o prazer de ver como é valorizado o homem que permanece ligado ao mundo rural. Os Centros de Culturas, bem diferentes de barracas fuleiras, de puxadinhos, são bem montados e permanentes, têm fornos e fogão à lenha, decorações adequadas, amplos espaços para produção e exposição etc. Atraem turistas e valorizam as pessoas. De repente, já estou de prosa com o “seo” Oliveira, reparando o trançado e admirando a ligeireza das rudes mãos. Ao seu lado está sua esposa apresentando um delicioso vinho caseiro. Esses colonos trouxeram lembranças dos meus avós, de tantos caiçaras que se espalhavam pelos terreiros, entre taquaras e cipós. São os nossos laços com a cultura caipira, a nossa cultura irmã.
Será que, na nossa cidade e em tantos lugares deste Brasil, isso não pode servir de exemplo?
E, como já disse alguém:
"Viva a globalização! Viva todas as culturas! Mas vamos defender a nossa cultura que é muito importante!"
E, como já disse alguém:
"Viva a globalização! Viva todas as culturas! Mas vamos defender a nossa cultura que é muito importante!"
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