Em 1º de abril de 1851, no Paço da Assembleia Legislativa Provincial de São Paulo, Barbosa da Cunha assinou o seguinte documento:
A Assembleia Legislativa Provincial decreta:
Artigo único: Fica elevada à categoria de Cidade a Vila de Ubatuba, com a denominação de Cidade de Santa Cruz de Ubatuba, revogadas as disposições em contrário.
- A cruz se foi. Foi o que eu disse numa roda de prosa, onde quase todos eram adolescentes. Sabe como eles rebateram esta afirmação?
- Será? Você acha mesmo?
Fiquei a pensar depois de outros comentários dentro do assunto. É mesmo! Convém pesquisar quando foi que a Santa Cruz foi apartada do nome e por quais motivos isso aconteceu!
Será que foi decorrência do Estado laico definido na Constituição republicana? Ou quiseram tirar o peso do nome (que lembra sofrimento)? Em tom de brincadeira, eu digo que era para não ocupar muito espaço na placa dos veículos.
Veículos em Ubatuba? Certamente que, antes de 1930, era quase impossível encontrá-los em nossa cidade. É dessa época a primeira via rodoviária que nos interliga com outras cidades através da Serra do Mar. Estou me referindo a estrada para Taubaté. Foi construída em 1930, sobre o caminho das tropas que precisavam do porto de Ubatuba desde o século XVII.
A “Estrada de Taubaté” (Rodovia Oswaldo Cruz), ao longo dos anos, foi ganhando o contorno da atualidade. Porém, não devemos esquecer que o primeiro acesso para as vilas de Serra Acima é aquele que até hoje existe (da Cachoeira dos Macacos para a Vargem Grande). No livro de Félix Guisard (Achegas à história de Ubatuba), a referência é que esse caminho foi feito “em cima do carreiro de antas, do tempo dos tupinambás”. Foi o mesmo que, por determinação de Bernardo José de Lorena, em 1787, se viu esvaziado mediante a ordem de que “todas as embarcações que zarpassem dos portos paulistas estavam obrigadas a se dirigirem para Santos”. Alguns consideram como sendo tal medida a causadora da primeira decadência de Ubatuba. Quer ver o tal caminho? Basta pouco sacrifício para transpô-lo.
Agora, se quiser o mais fácil, siga o moderno traçado e vença a Cruz de Ferro que anunciava aos tropeiros, até a década de 1960, que estavam a meio caminho entre o espigão da serra e o lagamar da Praia do Cruzeiro. A questão continua: Como escapar da cruz?
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