Em meados da década de 1970, a Praça da Matriz (da Exaltação da Santa Cruz, de Ubatuba) era o ponto principal da cidade, onde a juventude se encontrava, os namoricos aconteciam e articulações políticas se teciam.
Importantes encontros e reencontros faziam a gente buscar aquela praça. Algo semelhante à maioria das pessoas de hoje que é viciada nas interações virtuais. Também é dessa época que vi de perto o Mazzaropi filmando a Banda das Velhas Virgens.
Em certa ocasião, depois de almoço, tendo resolvido uma questão trabalhista no escritório da Edna Marques, na avenida Iperoig, onde está atualmente a papelaria Marques, avistei o seo Filhinho num momento bem tranquilo no banco da praça olhando para o coreto recém-pintado. Puxei conversa sobre um monte de coisas. Foi quando eu percebi o que mais preocupava o farmacêutico: a questão do turismo e a onda de loteamentos e construções que punha a cidade de prontidão, receosa. Foi quando ele me explicou que tudo começou com uma série de reportagens feitas pelo jornalista Willy Aurelli, no final da década de 1920.
De acordo com o Filhinho, o jornalista era um jovem destemido e idealista que veio para a cidade com a finalidade de fazer uma matéria a respeito do Instituto Correcional da Ilha Anchieta, de onde saíram as primeiras denúncias escritas sobre as condições reais dos detentos ali reclusos. “Ele se encantou pelas belezas naturais da nossa Ubatuba!”. Depois de retornar à capital, o mesmo publicou uma série de matérias expondo a cidade para o mundo, salientando as possibilidades turísticas. Essa foi a primeira vez que se apresentou o turismo como alternativa econômica, para as autoridades políticas pensarem nisso. Finalizando a prosa naquele tempo não tão distante, eis o comentário do nosso personagem: “Foi graças aos belos textos exaltando o nosso lugar que a antiga estrada imperial (Serra para Taubaté) ganhou a feição de rodovia no começa da década de 1930!”
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