Besouro - Arquivo JRS |
As autoridades responsáveis pela fiscalização ambiental parecem não enxergar nada de anormal nos diversos pontos da Mata Atlântica no nosso município. Então contei um fato de algumas horas antes, assim que amanheceu aquele dia: eu estava diante do portão da minha casa, olhando a paisagem do entorno. De repente, no meio da mata, longe de qualquer sinal de existência de alguma moradia, uma fumaça sobe discretamente. Parece sair em baforadas naquele ponto. "Sabe o que naquela hora eu pensei que poderia muito bem ser um fogo de lenha, talvez alguém começando o primeiro café do dia? Se eu pudesse, subiria por ali, naquela direção, para verificar”. O Mané concordou com a minha hipótese. Nisso se aproxima alguém que é amigo do Mané, mas desconhecido meu.
O cidadão recém-chegado nos cumprimenta, olha para mim e exclama: “Esse é um documento importante!”. Achei que ele se referia ao meu chapéu de palha. Concordei. Reconheço o hábito como parte de uma identidade caiçara, usado para nos proteger das intempéries. Dou uma levantada no chapéu em sinal de agradecimento. Mas ele faz uma ressalva: “O chapéu também é! Só que estou me referindo ao uso da máscara. É muito importante usá-la, se identificar como alguém que leva a sério as medidas recomendadas pelos cientistas para controlar essa pandemia, esse vírus que já agonizou tanta gente no nosso país e pelo mundo afora. Você está de parabéns!”. Fiquei surpreso; não esperava um comentário desse tipo. Daquele momento em diante o assunto girou em torno de levar a sério os procedimentos se queremos nos livrar o quanto antes desse mal.
Infelizmente, as autoridades fazem vista grossa aqui, em Petrópolis, em Belo Horizonte, em Brumadinho, enfim, no país inteiro.
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