terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

SE NÃO QUISEREM SE AMAR...

Dália da Suami - Arquivo JRS

 
    O irmão do Belinho, o João Rocha, estava numa prosa animada com o parceiro João Batista. Eu apenas escutava com muito interesse, empolgado com o tanto de sabedoria deles. Rochinha já passava dos noventa; João era pouca coisa mais novo. Gente nossa, caiçaras de muitas vivências! 
 
   Rochinha, gente dos Rocha do Perequê-mirim, sempre foi contestador de coisas erradas e/ou injustas. "Uma pedra no sapato" como se costuma dizer. E tinha orgulho disso! "Se não houvesse o contestador, nós estaríamos na Idade da Pedra. Cada um tem o direito de pensar o que quiser, mas deve considerar a felicidade no coletivo. Então...eu não posso querer que ideias absurdas, que atentam contra a felicidade da maioria que está no entorno, saiam da minha cabeça. Caso persistam, eu preciso entender a sua origem, buscar tratamento, pois é anomalia. A felicidade não pode ser egoísta, de uma minoria. Pior ainda se ela se der às custas do exploração do trabalho da  maioria e pela destruição desta maravilhosa natureza que nos circunda. Se as pessoas não quiserem se amar, que pelo menos não se odeiem". 

  Mas por que estou partindo dessa prosa que faz tempo que aconteceu? Porque ela envolve respeito e educação. E esta dupla nunca envelhece! É pena   que, num mundo altamente movimentado  em torno dos avanços tecnológicos, as atenções são desviadas de coisas tão essenciais. O filósofo Epicuro de Samos, por volta de 2.300 anos, na Grécia, escreveu: "Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos da vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores de danos". E aqui mora o nó da questão, ou melhor, da reflexão: os desejos nascidos da vã opinião. Eles é que deveriam nos angustiar.

   A vã opinião pode gerar os piores desejos. Acabei de ouvir uma professora defendendo o direito de um idiota propor a existência de um partido nazista. "É o direito dele expressar a sua opinião".  Imagine crianças e jovens aos cuidados de docentes sem um posicionamento radical a favor da vida; crescendo, mas desconhecendo e/ou desprezando os malefícios impingidos à humanidade por aberrante ideologia! Logo logo eles poderão ser as novas ninhadas da abominável serpente deixando os ovos.  Pode isto?

   Concluo com a sabedoria dos já citados proseadores, onde aprendi a seguinte lição do Rochinha: "Toda opinião criminosa merece ser banida da humanidade, do nosso pensamento". 

   Ah! Aviso ao idiota: não vale dizer que estava bêbado quando proferiu execrável opinião! Quem é trouxa de acreditar ?

2 comentários:

  1. Tal professora deve ser fã incondicional do inominável, aquele que ocupa a cadeira de presidente. A idiotice do gado não tem limite.

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  2. E o pior, amigo, o gado é muito e não há capim para tal quantia. Gratidão pelos comentários.

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