Frutos do caminho do mar (Cerâmica na Cocanha- Arquivo JRS) |
Olga: Seja bem-vinda ao nosso lar!
Faz parte do meu ser sempre tentar perceber algo mais, buscar coisa que não se apresenta: querer enxergar, ir além do ver. Por isso meus olhos são inquietos. Ao avistar uma pessoa, por exemplo, alguns detalhes sempre me marcam: pode ser o olhar, ou o sorriso, ou o jeito desconfiado, ou a afabilidade, ou a firmeza, ou a disposição de escutar sempre, ou a curiosidade, ou a sensatez... Outro exemplo: ao firmar a vista numa planta a primeira coisa que me atrai são as folhas, caso não tenha flores. As linhas de uma folha me levam a me lembrar do Vovô Estevan, de suas histórias quando éramos crianças. Numa ocasião, estando debaixo de uma amendoeira, na praia do Perequê-mirim, ele, assentado na areia, com uma folha de amendoeira na mão, assim começou a história:
Faz parte do meu ser sempre tentar perceber algo mais, buscar coisa que não se apresenta: querer enxergar, ir além do ver. Por isso meus olhos são inquietos. Ao avistar uma pessoa, por exemplo, alguns detalhes sempre me marcam: pode ser o olhar, ou o sorriso, ou o jeito desconfiado, ou a afabilidade, ou a firmeza, ou a disposição de escutar sempre, ou a curiosidade, ou a sensatez... Outro exemplo: ao firmar a vista numa planta a primeira coisa que me atrai são as folhas, caso não tenha flores. As linhas de uma folha me levam a me lembrar do Vovô Estevan, de suas histórias quando éramos crianças. Numa ocasião, estando debaixo de uma amendoeira, na praia do Perequê-mirim, ele, assentado na areia, com uma folha de amendoeira na mão, assim começou a história:
“O mundo é muito grande, mas igual esta
folha, ele é cheio de caminhos...”. E mostrava as veias na folha amarelada
que segurava. “Tem estradas largas, que
passam carros, tem aquelas que passam animais e gente... Tem os caminhos que
passam gente e bicho do mato, tem as trilhas de bichos, tem os carreiros de
formigas, tem os brilhos gosmentos por onde passou lesma... Tudo é isso é caminho deste mundo!
O meu finado pai,
Francisco Félix dos Santos, dizia que os antigos Félix, antes de viverem na
Caçandoca, viviam na Bahia. Foi de lá, de Ilhéus, que três irmãos, seguindo
outras direções de caminhos, vieram parar aqui, na nossa cidade. Chegando, cada
um escolheu um caminho: um foi se estabelecer no Sertão das Cotias, no Iriri (hoje
Rio Escuro), outro preferiu se esparramar pelo Morro da Formigueiro ( depois
Morro da Quina e hoje Sertão da Quina) e o terceiro se plantou na Caçandoca.
Deste viemos nós! E vocês, com toda certeza, vão seguir outras veias da folha,
vão viver coisas maiores que eu e os antigos que já são finados!.”
Os caminhos,
penso agora, servem para distribuir sabedoria pelo mundo: aprendemos e
ensinamos conforme vamos nos aventurando nas andanças. Assim como as veias das
folhas, eles são muitos e permitem infinitos encontros e reencontros. É a
diversidade que nos enriquece. Ainda bem!
Hoje,
aniversário do amigo Jorge, grande amigo baiano que, “seguindo as veias da
folha” veio se assentar em Ubatuba, cabe
a mim lhe apresentar uma de suas poesias:
GENTE QUE FAZ
Na Bahia,
Quem não canta,
Assobia;
Quem não planta,
Rega flor;
Quem não samba,
Faz tambor;
Quem não manda,
Tem apito;
Quem não pesa,
Mede em litro;
Quem não reza,
Se persigna;
Quem não lê,
Grafa e assina.
Parabéns, Jorge! Parabéns, Joana!
Parabéns a vocês pela família que muito estimamos! Muita força para todos nós
nos caminhos do próximo ano!
Feliz aniversário Caio Cabral!
Fala Zé Ronaldo!
ResponderExcluirDesejo a você e a todos que habitam em teu coração e cuidados um ano repleto de paz, amor e realizações.
Abraços amigo,
Napoleão
Grande Napoleão! Valeu mesmo! É bom saber que vamos continuar juntos neste ano! Grande abraço a você e aos seus! Até. Com carinho.
ExcluirOi, Zé Ronaldo! Obrigado. Somente agora é que li sua postagem. Um forte abraço!
ResponderExcluirJorge