terça-feira, 19 de dezembro de 2017

BAMBU COMO AGRICULTURA FAMILIAR

Bambuzal no Caminho da Justa (Arquivo  JRS)

        Hoje, lendo O GUARUÇÁ, encontrei uma matéria da jornalista Maria Angélica, de São Sebastião. Muito interessante mesmo, sobretudo aos caiçaras que mantém sua tradição de balaios e cestarias! Aí vai na íntegra, amiga!



    Com a Lei 12.484/2011 o bambu passou a ser considerado agricultura familiar, assim como o palmito, as famílias podem fazer o manejo e com isso gerar renda. Do bambu é usada a taquara para vários objetos como: luminárias, cestos, utensílios de cozinha, móveis, portões, instrumentos musicais, com a essência: perfumes e cosméticos. O broto do bambu pode ser cozido e vendido como o palmito e as folhas são usadas para chás.

     Em 1987 a arquiteta Chu Ming Silveira, veio morar em Ilhabela e aqui, aprendeu com os caiçaras como usar materiais como palha, bambu, pedras e plantas, criando assim o novo conceito chamado “pós-caiçara”. Hoje em dia muitas casas seguem esse conceito e existe em Ilhabela, no Morro de Santa Tereza, uma vila construída por ela, que é visitada por alunos de arquitetura do Brasil inteiro.

      Em Caraguatatuba, na inauguração do Serramar Shopping, foi uma surpresa ver que grandes áreas foram cobertas com bambu. Quem projetou seguiu a arquitetura pós-caiçara e o local ficou iluminado e agradável no verão.

   Em Ilhabela está sendo realizado o Projeto Tribuzana, uma parceria do Ministério Público Federal, Prefeitura e comunidades caiçaras, que visa o levantamento das propriedades, recuperação da cultura local e geração de renda. Hoje tem 8 monitores capacitando os caiçaras para trabalhar com bambu na Ilha de Vitória.

      No Quilombo da Fazenda em Picinguaba-Ubatuba, estão trabalhando com bambu e em 2016 foi editado o livro “O artesanato tradicional – tecendo saberes”, pesquisa feita por Edirlaine Reis e Leonardo Estevan.

      No mês de novembro na Praia de Juquehy em São Sebastião aconteceu o Bamboo Fest 2017, foram 4 dias de oficinas num encontro nacional de bambuzeiros.

     Em São Sebastião um aluno do curso de Meio Ambiente da ETEC - Rafael Guedes, está fazendo seu TCC sobre o bambu e isso pode evoluir para uma oficina orientada pela Casa da Agricultura de São Sebastião e Ilhabela.

       No Brasil são mais de 600 espécies de bambu, o sentido da palavra CAIÇARA, na origem tupi, já descreve uma cerca de divisa entre as roças e casas - certamente de taquaras, por isso acho importante que essas oficinas se multipliquem uma vez que o bambu é encontrado com facilidade, em todas as cidades do Litoral Norte.

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