Bambuzal no Caminho da Justa (Arquivo JRS) |
Hoje, lendo O GUARUÇÁ,
encontrei uma matéria da jornalista Maria Angélica, de São Sebastião. Muito
interessante mesmo, sobretudo aos caiçaras que mantém sua tradição de balaios e
cestarias! Aí vai na íntegra, amiga!
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Com a Lei
12.484/2011 o bambu passou a ser considerado agricultura familiar, assim como
o palmito, as famílias podem fazer o manejo e com isso gerar renda. Do bambu é
usada a taquara para vários objetos como: luminárias, cestos, utensílios de
cozinha, móveis, portões, instrumentos musicais, com a essência: perfumes e
cosméticos. O broto do bambu pode ser cozido e vendido como o palmito e as
folhas são usadas para chás.
Em 1987 a
arquiteta Chu Ming Silveira, veio morar em Ilhabela e aqui, aprendeu com os
caiçaras como usar materiais como palha, bambu, pedras e plantas, criando
assim o novo conceito chamado “pós-caiçara”. Hoje em dia muitas casas seguem
esse conceito e existe em Ilhabela, no Morro de Santa Tereza, uma vila
construída por ela, que é visitada por alunos de arquitetura do Brasil
inteiro.
Em
Caraguatatuba, na inauguração do Serramar Shopping, foi uma surpresa ver que
grandes áreas foram cobertas com bambu. Quem projetou seguiu a arquitetura
pós-caiçara e o local ficou iluminado e agradável no verão.
Em
Ilhabela está sendo realizado o Projeto Tribuzana, uma parceria do Ministério
Público Federal, Prefeitura e comunidades caiçaras, que visa o levantamento
das propriedades, recuperação da cultura local e geração de renda. Hoje tem 8
monitores capacitando os caiçaras para trabalhar com bambu na Ilha de
Vitória.
No
Quilombo da Fazenda em Picinguaba-Ubatuba, estão trabalhando com bambu e em
2016 foi editado o livro “O artesanato tradicional – tecendo saberes”,
pesquisa feita por Edirlaine Reis e Leonardo Estevan.
No mês de
novembro na Praia de Juquehy em São Sebastião aconteceu o Bamboo Fest 2017,
foram 4 dias de oficinas num encontro nacional de bambuzeiros.
Em São
Sebastião um aluno do curso de Meio Ambiente da ETEC - Rafael Guedes, está
fazendo seu TCC sobre o bambu e isso pode evoluir para uma oficina orientada
pela Casa da Agricultura de São Sebastião e Ilhabela.
No Brasil
são mais de 600 espécies de bambu, o sentido da palavra CAIÇARA, na origem
tupi, já descreve uma cerca de divisa entre as roças e casas - certamente de
taquaras, por isso acho importante que essas oficinas se multipliquem uma vez
que o bambu é encontrado com facilidade, em todas as cidades do Litoral
Norte.
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