Lá se foram mais de quarenta anos! (Arquivo histórico) |
Olá, Lyray! O blog te acolhe com muita satisfação!
Na história do
pensamento ocidental, a partir dos gregos, as primeiras reflexões eram
referentes ao mundo físico, sobre a origem dos cosmos. Só depois, com os
denominados sofistas, a atenção se
voltou ao homem e às suas virtudes. Assim nasceu a problemática moral.
Hoje, quando
colocamos questões práticas a respeito dos danos ambientais, do crescimento
desordenado, das culturas frente à globalização econômica etc., estamos
propondo ver além do sensível para alcançar o inteligível. Em filosofia, o
estudo das realidades que transcendem as realidades físicas é conhecido como
metafísica.
Atualmente, mais do
que nunca, precisamos pensar o homem em dois momentos: individual e em
sociedade. É de onde se desenvolve a ética e a política.
Essas questões
brotaram bem na adolescência, assim que eu deixei o bairro para estudar na centro da cidade. No meu
tempo de ginásio, quem mandava no Brasil eram os militares. Em cada escola de
nível ginasial e colegial (na atualidade, do sexto ano fundamental ao terceiro do ensino médio) havia um
representante militar para vigiar a disciplina. Em Ubatuba, na escola Capitão Deolindo,
quem fazia esse papel era o professor José Simeão, de Educação Moral e Cívica.
Discretamente, na sua pequena estatura, o “Sargento Simeão” era os olhos e os
ouvidos do Regime Militar. Se nós, adolescentes caiçaras quase totalmente
alienados das questões nacionais, sabíamos disso, quem dirá os adultos, os seus
colegas professores! Na verdade, o Velho Simeão se esforçava em seus discursos
retóricos, mas a sua prática se efetivava nas eleições do Centro Cívico.
O Centro
Cívico foi a instância militar que substituiu o Grêmio Estudantil, onde aos
alunos era permitido um total protagonismo. Em Ubatuba, na sua fase
contemporânea, as mais importantes iniciativas foram propostas geradas no Grêmio
Estudantil dessa escola (Deolindo). Por esses dias, passando diante do local
onde outrora morava o caiçara Benedito Freitas (na Rua Dona Maria Alves, de
onde parte a Rua Gastão Madeira), me veio à lembrança o seu filho Zé Luiz, o
Arouca, o Zé Celestino e tantos outros desse "tempo áureo" relembrados pelos alunos mais engajados do meu tempo. Lembrei-me do jornal
Saca Rolhas, dos nadadores e das demais categorias desportivas que despontaram
cheias de vigor na realidade caiçara de Ubatuba, chegando ao ponto de até terem à disposição uma área apropriada para as suas atividades: o conjunto Itaguá Praia Clube. Ah!
Quantas provas natatórias eu assisti sentado à sombra do Cruzeiro de Anchieta!
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