Albado e outros na comunidade da Estufa (Arquivo JRS) |
Ao me interessar pela origem das famílias que apareciam entre as mais tradicionais do bairro da Estufa, no começo de 1980, encontrei os irmãos Albado (Manoel, Luiz, Sebastião...)
Naquele tempo, quando ainda não existia a internet, o jeito era pesquisar nos livros. Um dos que me deram várias informações foi o Anhembi, cujos temas giravam em torno da sociedade brasileira. Dela veio a informação de que Albado deriva de Abbado, de origem italiana.
Quem diria que os Albado, migrantes negros, vindos da pequena cidade de Silveiras, no final da década de 1950, tivessem parte de sua origem italiana?
A propósito, em 1960, por ocasião de uma apresentação da Orquestra Arcos de Milão, na capital paulista, o regente era Michelangelo Abbado. É, parece que a música está na raiz desses caipiras que se acaiçararam há décadas. Acho importante destacar que os jovens Albado foram atraídos pela riqueza do granito verde, cuja extração/exportação a partir de Ubatuba se estendeu até meados da década de 1980, ou seja, por quase meio século.
Dessa época, mesmo depois de tanto tempo, alguns morros ainda têm marcas da atividade, da extração mineral, com “feridas que levará tempo para natureza curar”. Exemplos: das Toninhas, do Itamambuca, do Corcovado, da Sesmaria da Estufa, do Sertão do Perequê-mirim, do Félix etc.
Quanta fama pelo mundo afora ganhou o granito verde de Ubatuba!?! Quantos migrantes na profissão de cortadores de pedras, vindos principalmente do Estado do Rio de Janeiro, neste município se estabeleceram?!?
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