Estudando um pouquinho mais, conhecendo Décio Pignatari, um dos frequentadores da Praia da Fortaleza, um menino caiçara, sofrendo regularmente com as frieiras tão comum no litoral, escreveu:
COCEIRA CONCRETA
Meu dedo passa discreto,
Forma na parede mofada
Um sinal refletido pela luz.
Não é pretexto, nem texto;
Não é alguém, nem ninguém;
Não é você, nem você é.
Agora olho...olho...
Não vejo nada!
A vela chegou ao fim;
Na lamparina não há querosene;
Da Lua nenhuma claridade chega,
Pois a “Cheia” tá longe.
Então vai chegando:
Uma madorna,
O sono pesado
...E o ronco indiscreto.
Meu dedo coça,
Desliza sobre o corpo;
O cansaço da posição me agita.
Um galo quebra o encanto
Do meu discreto acalanto.
Eu sinto...Sinto muito!
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