Saíra beija-flor e sanhaço azul dividem o lanche (Arquivo JRS) |
A Dança do Boi do Itaguá deixou de se apresentar nos carnavais por volta de 1947. De 1950 a 1970 muitos grupos se formaram, mas apenas como grupo de dança e não como folguedo, isto é, sem dramatização.
A música usada para a Dança do Boi é composta de versos de improviso, mas o refrão sempre foi o mesmo; diz assim: “Investe, investe meu boi, pro lado que tem mais gente”. E nesse momento o boizinho corre para cima do povo, tendo que ser contido pelos cavalinhos e toureador.
De 1950 a 1962, a Dança do Boi era tão importante no carnaval caiçara, que chegava a sair diversos grupos de vários pontos do município. Exemplos: Augusto do Cristino e o grupo do Morro da Pedreira, Sidônio e o grupo do Perequê-açu, mestre Veiga e o grupo do Taquaral, mestre Diniz e o grupo da Rua da Adutora (Matadouro), Emílio Graciliano e o grupo do Mato Dentro (Rodovia Oswaldo Cruz), irmãos Albado e o grupo do Bairro da Estufa. Eles competiam entre si. No último dia de folia, os grupos se reuniam na Praça Nóbrega para a famosa Briga de Boi. Aquele que se mantivesse inteiro era o vencedor do carnaval.
Em 1958, Augusto do Cristino (Pedreira) preparou o seu boizinho com uma caveira de boi recheada de cimento, para que o mesmo aguentasse, na hora da briga, as cabeçadas do adversário. No domingo de carnaval, à tarde, o grupo do Augusto estava se dirigindo para a praia do Perequê-açu, pois era costume os grupos de Dança do Boi e blocos de enredo dançarem um pouco em dois bares da época (Rancho do Galo e Rancho da Sereia). Estando no meio da ponte do Rio Grande, eis que o grupo da Pedreira se encontra com o grupo do Sidônio que vinha para a cidade, em sentido contrário. Não deu outra! A Briga do Boi teve início. O boi devidamente preparado, com uma cabeça reforçada, deu uma cabeçada no outro que o jogou na água. Foi uma gargalhada e corre-corre, pois a maré estava cheia e o Sidônio, emaranhado dentro do boizinho, quase morreu afogado.
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