Apresentação da Cia Pia Fraus, no Festival da Mantiqueira. |
Após ter chegado da aconchegante São Francisco Xavier, do VI Festival da Mantiqueira, onde literatura e cultura popular fazem uma parceria interessante, li mensagem do primo Cláudio que, após ver a fotografia de um engenho de garapa feita pelo Eliseu
Costa, lá na Ponta Grossa, num terreiro caiçara, se lembrou de um igual que
existia na casa do Nhonhô Armiro, na Praia da Fortaleza. De vez em quando a gente
estava por ali, tomando uma caneca de garapa com o tio Clemente, o santista
fervoroso, graças à genialidade do Pelé.
Para
proteger o engenho de pau foi construído um ranchinho minúsculo, coberto de
sapê. Era bem ao lado da casa, perto da porta da cozinha. Rente a ele tinha uma
jaqueira, cujos frutos eram do tamanho de uma bola. Que delícia! Essa espécie é
raridade hoje. Quem souber de alguma se sustentando por algum lugar me avise.
Mais
atrás da casa da família ficava a casa-de-farinha. Quinzenalmente era feita a
farinha de mandioca para o consumo. Era o nosso pão, o nosso básico do
escaldado e ainda servia para ser
comercializada na cidade, rendendo algum dinheiro que o Nhonhô guardava com
desvelo.
Saindo por um caminho, já na divisa com as terras da tia Maria Tereza, ia-se até
uma bica d’água no pé-do-morro. Era de onde vinha a água fresca. Na cozinha, num
banco pequeno, ficava a talha de água. Quando dava sede, bastava destampa-la e
afundar a caneca que ficava emborcada sobre a tampa.
Ah! Para encerrar: era de
engenho assim (de madeira) que saía a garapa. Virava o café nosso de cada
dia. Era uma forma de economizar açúcar. Agora, onde tomar um café de garapa? E,
dessas novas gerações, quem sabe apurar a garapa ao ponto de melaço?
Tenho certeza que é graças a tais
condições de vida, com hábitos pobres, mas saudáveis, que eu tenho uma boa
saúde. Concordam comigo?
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